População não sabe que PAC é federal

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é pouco conhecido pela população, que ainda confunde a autoria das obras e não sabe se o investimento foi feito pelo governo federal, por Estados ou por municípios. A conclusão consta de uma pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom), em todo o País, e acendeu o sinal amarelo no Palácio do Planalto.

O levantamento foi realizado há um mês para medir a eficiência dos programas do governo, às vésperas das eleições municipais, e orientar as ações de propaganda. Os problemas de identidade que atingem o PAC, também revelados em sondagens qualitativas para medir a impressão dos eleitores, surpreenderam o Presidente Lula. Na tentativa de dar visibilidade ao plano e ao conjunto de investimentos no País, Lula promoverá uma megarreunião no Palácio do Planalto, na próxima quinta-feira.

O Presidente tem reclamado com freqüência da divulgação precária dos programas de seu governo na imprensa. Fica contrariado também com o fato de prefeitos e governadores não darem crédito para as obras federais como em São paulo por exemplo.

“Muitas vezes nós perdemos a batalha da comunicação e a população não sabe tudo o que estamos fazendo”, disse ele, na terça-feira, durante reunião com o Conselho Político.

Pesquisa divulgada internamente pela Secom, com 6 mil entrevistas, revela que a maioria dos programas federal - como o Bolsa-Família, o Farmácia Popular, o ProUni e o Luz para Todos - é bastante conhecida. Dos entrevistados, 84% acreditam, por exemplo, que o Bolsa-Família contribui para manter as crianças na escola. Mas grande parte dos eleitores não soube responder se havia obras do PAC em sua cidade ou Estado.

Investimentos

Em conversa com Lula, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse que sua exposição, na quinta-feira, não deixará dúvidas sobre o volume de investimentos públicos e privados no Brasil. Nas últimas semanas, por exemplo, dirigentes da Mercedes-Benz, Walmart, Usiminas e Vale do Rio Doce estiveram no Planalto para anunciar a aplicação de mais recursos no País.

A Usiminas informou na última terça-feira que irá investir US$ 14 bilhões até 2012, enquanto a Mercedes decidiu injetar R$ 1,5 bilhão para aumentar a capacidade das suas fábricas de caminhões e ônibus