Fraturas expostas na PF

O delegado Protógenes Queiroz, que conduziu a Operação Satiagraha, foi afastado do caso.

A razão formal para o afastamento de Queiroz é um curso na Academia de Polícia. Curso este iniciado em março. Segundo a assessoria de comunicação social da PF, o delegado pediu que daqui a um mês, quando encerrado o curso, ele não retorne à investigação.

É claro que não é esse o motivo.

A primeira suspeita é curta e grossa: abafar o caso, concessões à pressões políticas, etc.

Só que aí cabem duas interpretações: a primeira seria abafar o caso para proteger Dantas.

Outra é exatamente o contrário: continuar a investigar, fugindo dos holofotes, PROTEGENDO as INVESTIGAÇÕES das "chicanas" dos advogados de Dantas.

Dantas irá depor na PF amanhã, e já anunciou que não falará nada.

Estes advogados de Dantas já alegam haver "total parcialidade" do delegado Protógenes Queiroz, além da participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na investigação (o que adiantamos aqui no blog ontem).

Diante desse quadro fica complicado o próprio delegado tomar depoimentos, quando os advogados de defesa usam a tese de perseguição, o que poderia acabar por favorecer Dantas.

Além disso é claro que Protógenes Queiróz virou vidraça, e será seguido e espionado por gente de Dantas, e desafetos da própria polícia federal. Seu trabalho ficaria muito dificultado.

O que mais intiga é saber que o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, tido como oposto à Protógenes Queiroz, pediu férias.

Também não dá para acreditar que um diretor-geral peça férias numa hora destas.

É cedo para tirar conclusões, mas uma já dá para concluir: ninguém conseguirá consertar o estrago feito na organização criminosa, por Protógenes Queiróz, pelo procurador Rodrigo De Grandis, e pelo Juiz De Sanctis.

O procurador Rodrigo De Grandis continua no caso e o Juiz De Sanctis também. São poderes independentes da PF, logo é difícil imaginar que eles engoliriam falcatruas da Polícia Federal a esta altura do campeonato.