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domingo, 27 de julho de 2008

Escândalo PSDB em Cuiabá


A polícia de Mato Grosso descobriu um esquema que desviou sete milhões de reais da Câmara Municipal de Cuiabá. Quatro pessoas já foram indiciadas, entre elas uma ex-vereadora, que hoje é deputada estadual do PSDB, e é suspeita de corrupção e formação de quadrilha.

A renda da família de Dalvacy não passa de R$ 300 por mês. Resultado da venda de farinha de mandioca, produzida no sítio onde ela mora com marido e três filhos, em Acorizal, a 70 quilômetros de Cuiabá. Para a polícia, foi uma surpresa descobrir que esta mulher era uma empresária, pelo menos, no papel.

Perguntada se teria assinado algum papel, Dalvacy da Costa diz: “Assinei sem saber o que era".

O nome de Dalvacy apareceu durante a investigação de denúncias contra Chica Nunes, hoje deputada estadual pelo PSDB, que já presidiu a Câmara dos Vereadores de Cuiabá, entre 2005 e 2006.

Segundo a polícia, nesse período Chica Nunes chefiou um esquema para criar empresas fantasmas, fraudar concorrências e desviar dinheiro público.

"Ao que foi apurado, todas as licitações ocorrem sob o comando e a determinação dela", fala Maria Alice Barros, delegada de Polícia Fazendária.

Em depoimento, a dona de casa Dalvacy contou que um conhecido de uma parente pediu o RG e o CPF dela emprestados.

Em troca, o homem ofereceu um salário mínimo pra família. Durante cinco meses, pagou o combinado. Mas a dona de casa não imaginava que o nome dela seria usado numa fraude.

Os documentos serviram para abrir uma empresa-fantasma, que vendeu mais de um milhão de reais para a Câmara de Cuiabá.

Segundo a polícia, o homem que fez a proposta é Silas Oliveira, que trabalhou como assessor de Chica Nunes. Em depoimento, ele disse que abriu empresas fantasmas, seguindo ordens da ex-presidente da Câmara.

De acordo as investigações, o esquema incluía a clonagem de notas fiscais. Uma delas, de quase R$ 48 mil, usa o nome de uma loja de móveis.

Mas entre as compras, aparecem uma tonelada e meia de gelo, refrigerantes, torradas e leite suficiente para abastecer uma creche durante seis meses.

Por causa do envolvimento da deputada, que tem fôro privilegiado, o caso está tramitando no Tribunal de Justiça de Mato Grosso ...em segredo de justiça.Veja o vídeo

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