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domingo, 20 de julho de 2008

BrOi

Enquanto o PIC / PIG tenta se salvar jogando o lixo da corrupção tucana no nosso quintal, a gente tem que ficar aqui desarmando bombas plantadas pelo "fogo-amigo", em vez de partir para o ataque contra tucanos.

O dardos venenosos enviados no caso BrOi por lobistas (voluntários e involuntários), cegam as pessoas porque todos só ouvem e só lêem as fontes de notícias do PIC/PIG e o "fogo-amigo". A mesma coisa que aconteceu no primeiro momento do afastamento do delegado Protógenes.

Não é verdade que o governo não se defende no caso BrOi. O problema é que todos ignoram o que o governo diz, a exceção da gente, de alguns poucos blogs, e dos Jornais de negócios como o Valor Econômico.

O governo explica todos os passos, na hora que pode (por obrigação de seguir a lei) através dos principais envolvidos: o BNDES, o BB. A PREVI (fundo de pensão dos funcionários do BB) não é subordinada ao governo, apesar das atual direção ter ligação histórica de lutas comuns dos trabalhadores.

Pedir para o presidente Lula e Dilma virarem garotos propaganda da BrOi, é pedir o impeachment dos dois.

Provoca especulação nas Bolsas de Valores, dá processo na CVM, o PGR os denunciariam por tráfico de influência, as teles concorrentes abrem processo por favorecimento, a oposição abre CPI e tudo que tem direito.

Seria trapalhada 1000 vezes maior do que o Harolda Lima, da ANP, quando falou mais do que devia sobre o campo de Tupi. Antes de crucificarem Haroldo Lima, é preciso esclarecer que ele disse em ato público como se fosse uma informação do conhecimento de todos (nem ele se deu conta de que aquilo iria dar confusão), por isso não se trata de passar informação privilegiada como Serra fez com Nahas.

O Presidente Lula e Dilma estão seguindo todos os trâmites.

O governo tem uma diretriz política de fazer modificações na legislação de telefonia e internet, para o Brasil se tornar um "player" no mercado sul-americano de telecomunicações, hoje dominado pela Telefonica da Espanha e por Carlos Slim.

O papel do BNDES é fazer política industrial para as telecomunicações, fomentando o desenvolvimento econômico, social, tecnológico e de infra-estrutura no setor. E desta forma ele atua.

O papel da Casa Civil (Dilma) é fazer estudos técnicos que municiem as decisões do presidente. Para isso existem câmaras setoriais dentro da Casa Civil. Certamente tem que estudar o impacto das mudanças nas leis, o que isso trará de bom e de ruim. Se desnacionalizará o setor, se diminui a competição, se afeta o custo das empresas e das tarifas, quais as alternativas, qual a capacidade financeira do governo para entrar com uma participação maior ou menor.

Além disso o governo é sócio das teles via BNDES, então precisa obrigatoriamente estar no meio das negociações com os outros acionistas para saber que decisão tomar com o patrimônio público.
Se o governo quisesse assumir o controle acionário, qual o preço? Se os outros sócios só admitem vender por preços exorbitantes, de que forma chegar a um acordo que seja aceitável a todos?

Foi nesse contexto que surgiu a BrOi, que está a caminho.

O governo (como um dos acionistas via BNDES) não podia falar nada, no que diz respeito ao acordo de acionistas, antes dele ser assinado e se tornar público, porque seria crime de vazamento, provocaria especulação em bolsas de valores com as ações das empresas.

Quando saiu o acordo de acionistas oficialmente, o BNDES emitiu nota, Luciano Coutinho (presidente do Banco) e outros diretores deram entrevistas. Mas só jornais econômicos se deram ao trabalho de cobrir. O jornalismo político continuou testando a hipótese da BrOi ser um negócio única e exclusivamente para beneficiar Dantas, por mais que tenha dezenas de evidências em contrário (a maior delas é a própria prisão de Dantas, que vem desde 2004, da operação Chacal).

Agora vem a mudança na legislação. O governo não tem o que falar antes da hora, enquanto a ANATEL não cumprir as etapas que estão em curso. Consultas públicas, etc.

Se alguma coisa estiver errada, o governo NÃO PODE mudar a lei. Se estiver tudo certo pode. E aí se pronunciará.

Empresários não tomam decisões de investir sem saber quais os rumos do governo, e governos não tem como elaborar boas políticas desenvolvimentistas sem conhecer uma visão do todo, incluindo aí dialogar com setores empresariais, da mesma forma que dialoga com trabalhadores.

Não adianta fazer decretos bonitos no papel para incentivar investimentos e empregos, se não houver interesse de ninguém em investir. Também não se pode ceder a tudo que os empresários querem. Por isso é necessário dialogar, e muito.

Não é só nas telecomunicações que governos dialogam com empresários. É na siderurgia, setor elétrico, transportes, habitação, indústria automobilística, agro-negócio e agro-indústria, praticamente todos os setores. E tem que conversar mesmo, para viabilizar o crescimento sustentável e geração de empregos.

Ministros e governos corruptos levam essas conversas para o campo da corrupção, como atestam as gravações da privataria tucana.

Ministros honestos que defendem o interesse nacional, nem dão margem para corruptores se arriscarem a fazerem propostas indecentes, como atestam as citações à Dilma nos grampos da operação Satiagraha. Vê-se claramente que lobistas tentaram entrar no assunto para sondar receptividade, e Dilma cortou na hora o assunto pela raiz.

Agora lá vou eu lembrar e pesquisar um pouco sobre o que disse o BNDES, o BB, e o resto sobre a BrOi, em vez de aprofundar numa informação de negociata de Aécio/Azeredo com Dantas na CEMIG, que terá que ficar para depois.

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