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terça-feira, 10 de junho de 2008

Economia avança mais de 5% no primeiro trimestre do ano

O consumo das famílias e os investimentos vão puxar, mais uma vez, o Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. Os dados serão divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e economistas esperam um crescimento entre 5,7% e 5,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, resultado elevado, mas abaixo dos 6,1% do quarto trimestre de 2007. Além da leve desaceleração da demanda, o setor externo deve aumentar a sua contribuição negativa na taxa de expansão da economia brasileira.

A projeção da Tendências Consultoria é de fechamento trimestral com crescimento de 5,9% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Para a economista Marcela Prada, da Tendências, o consumo das famílias deverá apresentar uma expansão de 8% e o percentual de formação bruta de capital de 18%. De acordo com Prada, este ritmo de crescimento do PIB deverá diminuir nos próximos meses. "A desaceleração vai bater mais no PIB de 2009", afirma a economista da Tendências.

Este refluxo será lento porque os condicionantes do crescimentos ainda continuam firmes na economia. A oferta de crédito permanece ascendente, a renda real não foi afetada e o emprego continua em crescimento. "Tudo isso continua pressionando o consumo", afirma Prada. No segundo semestre, os efeitos da inflação sobre a massa salarial, que perderá poder de compra, a elevação da taxa de juros e a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que têm impacto sobre o crédito, devem reduzir o ritmo de expansão do PIB no final deste ano.

As projeções da Tendências para 2008 são de expansão de 4,9%, com desaceleração em relação aos 5,42% de 2007. Em 2009, a estimativa da consultoria é de fechamento do PIB em 4,1%. "Ainda são taxas de crescimento elevadas", avalia a economista.
A LCA Consultores espera um crescimento de 5,6% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado, o que representa um avanço de 0,6% na comparação com o quarto trimestre de 2007. A expectativa é de uma expansão de 8% para a demanda interna, com elevação de 7,7% no consumo das famílias e de 17,3% nos investimentos medidos pela formação bruta de capital fixo. "O consumo das famílias continua forte, mas a velocidade está caindo", afirma o economista da consultoria, Francisco Pessoa Faria.

De acordo com os cálculos da LCA, a contribuição do consumo das famílias deve apresentar redução de 5 para 4,8 pontos percentuais (pp) no crescimento entre o quarto trimestre do ano passado e os três primeiros meses do ano. Por outro lado, investimentos devem aumentar a sua fatia de 2,6 para 2,9 pp.

Faria espera que uma parte significativa da redução do crescimento virá da demanda externa. Setor externo deve roubar 2,6 pontos da taxa de expansão do PIB trimestral, segundo as projeções da consultoria que levam em conta o forte aumento das importações e perda de ritmo das exportações. No ano passado, esse percentual ficou em 1,4 pp.

"O que estraga o PIB neste ano é o setor externo", comenta o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. A instituição estima um crescimento da economia de 4,4% para este ano, ante 5,4% em 2007. "Além da piora do quadro externo, esperamos uma redução do ritmo de investimento e desaceleração da demanda", afirma.
Para o trimestre, as projeções são de crescimento de 0,6% entre um trimestre e outro e de 5,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. "Já há uma razoável desaceleração em relação ao quarto trimestre", diz o economista do Banco Fator.

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