O vice-governador Paulo Feijó (DEM-RS) afirmou que o empresário tucano Lair Ferst, um dos acusados de liderar o desvio de R$ 44 milhões no Detran (Departamento Estadual de Trânsito) gaúcho, atuou na arrecadação de dinheiro para a campanha da governadora Yeda Crusius (PSDB) em 2006.
Feijó, divulgou na sexta-feira a gravação de diálogo que provocou a demissão do chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, disse ontem que costuma gravar conversas que mantém com políticos e que outras gravações surgirão "no momento oportuno".
A informação sobre o papel de Lair Ferst como arrecadador de fundos para a campanha vem sendo reiteradamente negada pelo Palácio do Piratini desde que a Polícia Federal deflagrou a Operação Rodin, em novembro de 2007, prendendo temporariamente Ferst e mais 12 pessoas acusadas de participar do esquema no Detran.
Feijó afirmou que Ferst freqüentava "quase diariamente o comitê" e que teria captado recursos para a campanha. "Ele e tantos outros, eu também fui um daqueles que buscaram recursos no meio empresarial de modo geral para apoiar a campanha. Lair foi um dos que ajudaram nesse sentido. Não dinheiro dele, recurso dele, [mas] dinheiro das relações dele."
Busatto, admitiu o uso de estatais como Detran e Banrisul (banco estadual) no financiamento de campanhas, não sabia da existência de um gravador no meio dos papéis espalhados sobre a mesa de Feijó. Eticamente, disse, a atitude se justifica por se tratarem "de homens públicos discutindo assuntos de interesse público".
"Gravo aquilo que é do interesse do governo ou sobre o governo. Fora disso, não." Ele disse que há outras gravações, mas não detalhou com quem seria ou do que se trataria. Segundo ele, a divulgação da conversa foi discutida com o presidente estadual do DEM e pré-candidato à Prefeitura de Porto Alegre, Onyx Lorenzoni.
O vice também se contrapôs ao argumento de Busatto de que o uso de estatais mencionado na conversa se trataria das contribuições de ocupantes de cargos comissionados (não concursados). "Ele se refere a fortunas e nenhuma fortuna vem de cargo em comissão nem se fosse doada ao partido 100% da remuneração dos cargos."
Busatto depôs ontem na CPI do Detran, na Assembléia. Ele classificou a gravação da conversa como "uma facada pelas costas" e se disse "crucificado pelas verdades que falei".
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