O prêmio de risco Brasil medido pelos derivativos de crédito (CDS) de vencimento em cinco anos foi a 104,3 pontos básicos ontem, uma queda de 13% na comparação com os 120,2 pontos do dia 29 de abril, antes de a dívida externa do país virar grau de investimento.
Analistas acreditam que o governo brasileiro poderá aproveitar a oportunidade para voltar a emitir títulos no mercado internacional, o que não faz desde que a crise de hipotecas americanas começou a atingir os mercados de crédito de todo o mundo, em junho do ano passado.
O nível mais baixo do risco Brasil foi atingido em 19 de junho de 2007, antes da crise de hipotecas de alto risco atingir os mercados de crédito. Nessa data, chegou a 61,4 pontos básicos. Mas, segundo Felipe Illanes, analista da Merrill Lynch, o espaço para mais quedas é limitado enquanto a dívida externa do país for grau de investimento por apenas uma agência de rating, como acontece hoje.
Segundo ele, quando outra agência elevar a nota do Brasil é que os títulos brasileiros e seus derivativos vão passar a integrar os índices de grau de investimento e a maior parte dos fundos conservadores vão passar a investir no país. "Aí nós poderemos ter um movimento mais forte de queda de prêmios de risco", disse o executivo.
O índice EMBI+ do JPMorgan mostra a mesma tendência. Por esse critério, desde o dia 29, antes do grau de investimento, o risco-Brasil caiu 8%, para 207 pontos básicos. O nível mais baixo do indicador foi no dia 18 de junho do ano passado, quando chegou a 138 pontos básicos. Seu nível máximo foi de a 2.436 pontos, em 27 de setembro de 2002 quando o presidente era Fernando Henrique Cardoso.
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