Em um discurso que passou batido na tarde da última terça-feira no plenário, o senador Mão Santa (PMDB-PI) afirmou que o afro-descendente Sibá Machado (PT-AC), que deixou a Casa para dar lugar à titular Marina Silva, "melhorou a raça" ao "se cruzar" com uma gaúcha, no caso sua mulher Rosali Scalabrin. A declaração foi feita enquanto Mão Santa exaltava a origem piauiense de Sibá e convidava o ex-senador e a mulher para uma temporada na casa do peemedebista no delta do rio Parnaíba, onde Sibá poderia ter um filho para "melhorar o Piauí e o mundo". Há pouco tempo Mão Santa comprou uma estrondosa briga com as mulheres ao chamar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de "galinha cacarejadora".
- Ele foi é danado e melhorou a raça. Foi se cruzar lá com uma mulher bonita ali do Rio Grande do Sul, empata com a Adalgisa (mulher de Mão Santa). É o seguinte: ele só tem dois filhos. Sibá, você vai ter um filho lá na minha casa, no Piauí, para melhorar o Piauí e o mundo disse Mão Santa.
Procurado, Mão Santa jurou que não quis se referir à genética, mas a virtudes, uma vez que Sibá e Rosali formariam um casal "elegante e bom". Classificando a si mesmo como feliz e alegre, disse que fez a declaração em tom de brincadeira e na presença da mulher de Sibá. Afirmou ainda que não é racista, que o melhor professor que teve foi negro e que seu melhor amigo no Senado é o também negro Paulo Paim (PT-RS).
- Para mim não existe isso, tem brasileiros e brasileiros. Tenho formação cultural muito sólida - justificou.
Em Rio Branco (AC), Sibá Machado minimizou o discurso de Mão Santa, afirmando que o ex-colega mantém uma forma sempre "forte" de elogiar as pessoas. O petista disse que entendeu as palavras como uma espécie de elogio e uma brincadeira de bom gosto.
É a segunda vez este ano que Mão Santa causa polêmica com seus discursos. Em abril, despertou a ira da líder do PT, Ideli Salvatti (SC), e de outras parlamentares ao comparar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a uma "galinha cacarejadora". O caso rendeu protestos feministas no Senado e até uma visita de desagravo a Dilma. Desta vez, Ideli preferiu não se manifestar e informou por meio da assessoria que vai analisar o discurso de Mão Santa sobre Sibá na segunda-feira, podendo discutir o assunto com a bancada do PT. (O Globo)
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