Há pelo menos dois grandes contratos fechados entre o Metrô de São Paulo e a Alstom, relacionados às linhas 4 Amarela e 5 Lilás, entre os anos de 1995 a 2003, período foco de investigação sobre supostos pagamentos de propina da multinacional francesa para ganhar licitações na Ásia e na América Latina. Procurado pelo Valor, o Metrô não deu informações oficiais sobre o total de negócios já fechados com a Alstom, e enviou uma nota em que diz estar "averiguando os contratos realizados com a empresa nesse período".
Segundo reportagem do The Wall Street Journal, na semana passada, policiais suíços se reuniram com policiais brasileiros para falar sobre a suspeita de um pagamento de US$ 6,8 milhões feito por funcionários da Alstom para ganhar um contrato de US$ 45 milhões para a expansão do metrô paulista.
A Alstom foi líder do consórcio Sistrem (Siemens, ADTrans , CAF, Balfour Beatty e Bombardier), que venceu no ano de 2000 a licitação para equipar a linha 5 Lilás, que vai de Santo Amaro a Capão Redondo(SP). O valor do negócio foi de 280 milhões de dólares, e houve apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O trabalho realizado pelo consórcio foi de instalação de centro de controle operacional, de sistema de sinalização e de sistemas auxiliares, e a fabricação de oito trens. Na época, Mário Covas (PSDB) era governador do Estado, e Carlos Alberto Almeida era diretor-geral da divisão de transportes da Alstom. A entrega dos trens começou em fevereiro de 2002.
A Alstom também é fornecedora de equipamentos para a Linha 4 Amarela (Luz-Vila Sônia), ainda não inaugurada. A empresa integra o consórcio Via Amarela junto com as companhias OAS, Queiróz Galvão e CBPO. O grupo ganhou a licitação para a construção da nova linha em 2003, um contrato de R$ 1,8 bilhão. A gestão era do então governador Geraldo Alckmin (PSDB), e o financiamento da obra contou com o apoio do Banco Mundial, além de recursos do próprio Estado e de investidores estrangeiros.
O secretário de Transportes Metropolitanos na época, Jurandir Fernandes.A fabricante francesa também é uma grande fornecedora de equipamentos e sistemas para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), outra empresa estadual ligada à Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos. No fim do ano passado, foram fechados dois contratos, no valor de R$ 495 milhões, para manutenção de 78 trens com dois consórcios dos quais a Alstom faz parte. A participação da empresa nos contratos é de aproximadamente R$ 123 milhões.
Em 1996, a Alstom deixou de importar os carros de metrô da França e passou a produzir no Brasil. A empresa hoje é a única fabricante de trens de passageiros instalada no país. (Com informações do jornal Valor Econômico)
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