O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEMos/PFL) contratou SEM LICITAÇÂO uma ONG que a prefeitura paga R$ 28 milhões por ano (desde 2002) para tocar o programa Saúde da Família na Zona Oeste da cidade, onde há grande parte da população que moram em comunidades carentes.
A justificativa para dispensa de Licitação seria "inquestionável reputação ético-profissional" da ONG.
Porém a ONG foi criada apenas 41 dias antes do contrato milionário com a prefeitura. Portanto é impossível ter uma reputação já formada.
Se prestasse serviços condizentes com o que recebe, ainda seria perdoável, mas a execução do programa anda em passos de tartaruga nas comunidades carentes, e não é por falta de recursos, pois a ONG recebe em média R$ 2,3 milhões por mês.
A Zona Oeste tem altos índices de mortalidade infantil.
Bairros como Guaratiba estão entre os campeões da dengue.
Em Senador Camará, a ONG ainda não colocou nenhum médico para atender as famílias, conta apenas com 23 agentes que vão de casa em casa dar orientações aos moradores.
Moradores de Cosmos, onde a ONG passou a tomar conta do posto de saúde local, perdeu médicos e enfermeiros. O único atendimento que têm hoje é a medição de pressão arterial.
Em alguns locais a população não consegue sequer ser cadastrada. "Sou hipertensa e preciso de atendimento constante, mas o programa só vai até poucas casas", conta a operadora de telemarketing de Paciência, Cristiane Martins.
Como os recursos do programa saúde da família são de repasses do governo federal, a auditoria feita pelo TCU deve levar à denuncia ao MPF.
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