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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A escolinha do senador Perillo


Procuradora denuncia o ex-governador e a mulher dele por tratamento privilegiado. Segundo a ação, faculdade de Goiânia criou uma turma de direito exclusiva para o casal, com horários especiais de aula

O senador Marconi Perillo (PSDB-GO) é um aluno especial. A mulher dele, Valéria Perillo, também. A Faculdade Alves Faria (Alfa), em Goiânia, montou uma turma de direito exclusiva para os dois, com aulas segunda, sexta e nas manhãs de sábado. Agora as aulas dos Perillo se transformaram em caso de Justiça.

O Ministério Público Federal em Goiás (MPF) ajuizou uma ação civil pública contra a União, a faculdade, Marconi e Valéria por concessão de tratamento privilegiado a agente político. A procuradora Mariane Guimarães Oliveira quer que a 9ª Vara Federal de Goiânia coloque fim ao privilégio do senador, que foi governador de Goiás por dois mandatos consecutivos.

“Peço na ação para transferirem os dois para uma turma normal ou para colocarem mais alunos na turma do senador. O que não pode é continuar o tratamento vip (sigla em inglês para pessoa muito importante)”, afirma a procuradora. Além de horários especiais, a ‘turma’ do senador conta com uma sala de aula exclusiva. Contudo, os dois, de acordo com a procuradora, pagam a mesma mensalidade que os demais alunos da faculdade, que estudam em horários convencionais e salas coletivas. O preço varia de R$ 600 a R$ 650, dependendo do dia do pagamento.

A procuradora afirma, na ação, que o valor pago pelos dois alunos especiais não custeia toda a estrutura mobilizada para atendê-los. “O privilégio deles é pago pelos outros alunos”, observa Mariane Oliveira. Por isso, o MPF pede que a faculdade, Marconi e Valéria Perillo sejam condenados a pagar indenização aos alunos da escola, com base no custo de manutenção da sala de aula especial, durante o período em que foi mantida às custas das mensalidades pagas pelos demais estudantes.

Assédio

Para o Ministério Público, a faculdade fere o princípio básico de igualdade de acesso e permanência, previsto na constituição. Para justificar a turma especial, a Alfa argumentou que a presença do senador e da ex-primeira-dama numa sala convencional poderia prejudicar o rendimento das aulas. “Se estivessem na sala de aula com os demais alunos, seriam assediados pelo carisma e admiração que lhe são peculiares”, afirmou a direção da faculdade ao MPF.

O argumento não convenceu a procuradora. Ela compara Perillo aos príncipes William e Harry, da Grã Bretanha. “Até os príncipes freqüentaram escola e faculdade normal. Não está previsto em nenhum lugar a instalação de salas de aulas especiais para senadores da República ou ex-governadores, muito menos para familiares deles”, critica a procuradora. Para ela, o princípio da igualdade foi violado e os Perillo, bem como a faculdade, devem ser punidos.

A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público Federal por um adversário político de Perillo. Há seis meses, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) apresentou uma representação relatando a situação do senador goiano e da mulher dele. A procuradora conta que, antes de apresentar a ação, ouviu a faculdade e o Ministério da Educação.

De acordo com Mariane Oliveira, o ministério aceita esse tipo de situação desde que a carga horária mínima seja cumprida. Mas ela acredita que, como o senador anunciou que pretendia adiantar o curso durante o recesso parlamentar, dificilmente a faculdade cumpre as exigências do ministério. A assessoria de Perillo foi procurada para dar a versão do senador, mas não retornou até o fechamento desta edição. É, ta´bom, e quando é que vão falar que o Pirilo lavava dinheiro em um faculdade que ele tinha a faculdade Cabury?

By Helena™

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