Tudo bem que existem entidades sérias que recebem dinheiro do Criança Esperança, e tem gente bem intencionada envolvida.
Mas tem respostas sobre coisas muito esquisitas, que a Globo nos deve:
1) Por 19 anos, de 1986 até 2004 o programa era em parceria com a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a INFÂNCIA). Desde então a parceria foi trocada pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
Ora se o programa chama-se "Criança esperança", porque não a UNICEF? Alguma desavença política ou ideológica com a UNICEF? Algum conflito de interesses com a UNICEF? Aguardamos a palavra da Globo!
Leia aqui o comunicado lacônico da UNICEF comunicando seu desligamento do Criança Esperança.
A UNICEF lançou em junho de 2004 Pacto Nacional "Um mundo para a criança e o adolescente do Semi-árido", porque nessas áreas os índices de pobreza e concentração de renda são os piores de todo o País. Atinge 13 milhões de crianças e adolescentes que vivem na região.
Esse pacto foi assinado por 11 governadores que se comprometeram a adotar medidas para a melhoria das condições de vida das crianças e dos adolescentes, cumprindo metas nas áreas de saúde, educação e proteção. Tem como parceiros vários ministérios, secretarias e órgãos federais, Prefeituras de 1.179 municípios, diversas grandes empresas privadas e estatais, Ministério Público, TRE's de vários estados do Nordeste, e Organizações da Sociedade Civil.
Os resultados da última edição são realmente animadores: nos 1.179 municípios do Semi-árido onde o projeto atuou em 2005 e 2006, a taxa de mortalidade infantil caiu 14,4%, mais do que o dobro da média nacional, que foi 6,2%. Ou seja, quase 2.000 crianças deixaram de morrer! A desnutrição de crianças de até 2 anos de idade baixou de 9,2% para 6,8% e o número de crianças freqüentando a pré-escola aumentou em 13%.
Se quiser saber mais sobre os programa da UNICEF clique aqui.
É um mistério inexplicável a GLOBO desligar-se da UNICEF justamente quando lançou esse programa. Será que as crianças do extremo da pobreza do semi-árido não atende ao padrão Global de qualidade de sua programação?
2) A Globo vende 2 cotas de patrocínio para os especiais do Criança Esperança: uma da Azaléia e outra para o Banco do Brasil. Além disso veicula propagandas diversas nos intervalos comerciais. Se a Globo explora comercialmente este programa, então tem fins lucrativos: ou seja, nós entramos com as doações e a Globo fica com o lucro dos patrocínios, e dá uma de boazinha nessa história.
3) A UNICEF (que desligou-se da Globo em 2004) aceita doações diretamente, além da internet, pelo telefone 0800 601 8407 (ligação gratuita).
As doações para a UNESCO veiculadas pela Globo, só é possível através de ligações pagas:
R$ 0,27 + impostos por ligação de telefone fixo.
R$ 0,50 + impostos por ligação de telefone celular.
Ou seja, essa campanha da Globo está gerando receita extra de ligações telefônicas. Quem está ganhando com isso? As operadoras de telefonia em parceria com a Globo? Como acontece nas votações do Big Brother Brasil?
4) Porque a Globo não estabelece parcerias com os Fundos da Criança e da Adolescência, que permita ao doador abater suas doações do Imposto de Renda? É por motivos políticos?
Talvez eu esteja sendo desconfiado demais. Então eu pergunto à Globo:
Por que a Globo não doa todo o dinheiro do Patrocínio e dos anúncios veiculados nos intervalos comerciais do "Criança Esperança" à UNESCO?
Por que a Globo não fecha acordo com as operadoras de telefonia para doar toda a receitas das ligações tarifadas do "Criança esperança" também para a UNESCO?
E por que razão a Globo trocou a UNICEF pela UNESCO?
Se você também está encafifado com estas perguntas, clique aqui para fazer estas perguntas à Globo (copie e texto e mande, se quiser).
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