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segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

O Brasil institucional em três tempos


A sociedade do espetáculo, das máscaras, dos medos.

Celso Amorim, um dos bons ministros do governo Lula, deu uma lição em Miriam Leitão hoje cedo, no Bom dia Brasil( Veja vídeo aqui). A vetusta senhora em questão, esposa de um diretor da GLOBO, quis saber do ministro sobre negócios de 4 bilhões com a Venezuela de Chávez, insinuando ou falcatruas, ou negócios irregulares. Amorim foi claro: são exportações do Brasil para a Venezuela que cresceram durante o governo Chávez. Noutra ponta, numa nova tentativa de complicar o ministro e vender o peixe dos que lhe pagam, a veneranda jornalista falou sobre recursos do Uruguai e da Argentina a fóruns internacionais, com o objetivo de resolver pendências com o Brasil.

Amorim, com a educação típica de um sujeito decente, normal, explicou a dona Miriam que vários países fazem isso e a primeira vez que isso aconteceu foi no governo de FHC e, neste momento, o Canadá usa semelhante recurso contra os Estados Unidos. Mal informada, para usar um eufemismo, a dona gaguejou, tentou se explicar, não explicou coisa alguma e enfiou a viola no saco. O tele jornalismo da GLOBO representa interesses de bancos, grandes corporações e nesse momento se volta contra Chávez como se Chávez fosse o demônio, pois contraria o lucro diário dessa gente.

Esse é o primeiro tempo do Brasil institucional.

O segundo corre por conta de um concurso público que beneficia Glória Maria Guimarães de Pádua Ribeiro Portella, filha do ministro Antônio de Pádua Ribeiro, do STJ. D. Glória, funcionária do tribunal, foi aquela que entrou com queixa de crime de assédio sexual contra o ministro Paulo Medina, do mesmo tribunal. A senhora em questão fez concurso para o cargo de técnico judiciário no dito poder, foi reprovada e entrou com ação contra a União Federal e a Universidade de Brasília, alegando que a correção de suas provas estava equivocada. Contratou um professor particular para corrigir as ditas provas e ganhou liminares em alguns tribunais, está no exercício do cargo, até julgamento final, já que cabe recurso ao tribunal onde o pai é ministro e ao STF (Supremo Tribunal Federal). Isso, as da primeira fase, pois nas da segunda também foi reprovada e também conseguiu liminares.

O Juiz Federal José Pires da Cunha, de Brasília, refutou o pedido, multou dona Glória Maria em 10 mil reais, mas os juízes Fagundes de Deus, João Batista e Antonio Ezequiel louvaram a candidata, analisaram tim por tim sua prova e aprovaram-na com louvor. São do Tribunal Regional Federal da 1º Região. Para espanto geral, o ministro Pádua Ribeiro, pai da senhora em questão, está prestes a assumir o cargo de Corregedor do Conselho Nacional de Justiça, justo aquele que investiga as irregularidades nos tribunais.

Segundo tempo do Brasil institucional.

O desabamento de parte das obras do metrô em São Paulo está sob responsabilidade de três empresas que doaram um milhão setecentos mil reais para o comitê de campanha do candidato ao governo, hoje governador, José Serra. São elas: A OAS, de um ex-genro de ACM,que repassou 1 milhão de reais. A Norberto Odebretcht, 300 mil reais. E a Camargo Corrêa repassou 400 mil para campanha de José Serra. Fazem parte ainda do consórcio de empresas que participam da obra a Queiroz Galvão e a Andrade Gutierrez, sócia da TELEMAR.

Terceiro tempo do Brasil institucional.

D. Miriam Leitão, lógico, jamais vai tocar nesses assunto. O candidato que passou regularmente no concurso e foi prejudicado pela maracutaia de d. Glória Maria, por não ter padrinho fica desempregado e as vítimas do desabamento das obras do metrô vão esperar indenizações míseras, como se isso valesse vidas humanas, enquanto as empresas vão continuar a colaborar para campanhas eleitorais, provavelmente a de José Serra à presidência da República, em 2010. O grande tchan do momento é quem sai ou quem fica no Big Brother, quem está transando e não está. E o faturamento da GLOBO e das companhias telefônicas, muitas delas controladas por empreiteiras. (Laerte Braga)

A sociedade do espetáculo, das máscaras, dos medos.

Helena

1 Comentários:

Anônimo disse...

Obrigado pelo enlace para o vídeo da aula de diplomacia. Postei no Blogoleone.

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