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segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Família Silva


Dona Ledinalva da Silva dos Santos vive na mesma casa humilde, no Jardim Itapuã, que abrigava sua família há quatro anos. Porém, sua vida está melhorando. Com um comércio de materiais para construção, a irmã “cuiabana” do Presidente Lula sonha em terminar o prédio que iniciou para acomodar melhor a sua pequena loja. Apesar da vida simples que leva, dona Ledinalva afirma que ainda não pediu ajuda ao irmão presidente. Mas, caso seja reeleito, vai pedir que ele a ajude a comprar um caminhão.

“Eu falei pro meu marido: sempre vivemos às nossas custas, vamos continuar vivendo assim. Eu quero que ele [Lula] faça pelo Brasil”, contou ao argumentar por que não buscou socorro junto a Lula. “Mas agora se ele ganhar vou pedir ajuda para comprar um caminhãozinho para fazer entregas”, disse. O Jardim Itapuã, onde dona Ledinalva vive há oito anos e tem o pequeno comércio, é um bairro da periferia da capital mato-grossense. As ruas não são asfaltadas e as casas são todas simples. Em casa, ela tem cachorro e papagaios e cria galinhas. Os dois filhos mais velhos já não moram mais com ela. Porém continuam no bairro.

Reservada, ela prefere ficar longe dos holofotes, porém não esconde a empolgação quando fala do trabalho do irmão. “A população está comendo feijão e arroz mais barato, hoje tem comida na mesa”, elogia. “O saco de cimento que chegou a custar R$ 22 hoje tá R$ 13,50”, complementa. “Em nenhum momento perdi a confiança nele”, assegura. “Ele nunca iria fazer alguma coisa para prejudicar ele mesmo”, acrescentou ao observar que Lula é muito inteligente e respeitado. Para a irmã “cuiabana”, o dedo da oposição está presente em todos os escândalos. “O dossiê era para beneficiar aquele lá de São Paulo, o [Aloísio] Mercadante. A oposição foi inteligente e incluiu o [Geraldo] Alckmin porque a denúncia era contra o Serra, para virar contra o Lula”, disse. “Fico pensando como ele aguenta tudo isso”, observou.

Depois de assistir ao segundo debate entre Lula e Geraldo Alckmin (PSDB), promovido pelo SBT, a irmã afirmou que não tem dúvida de que Lula é mais preparado. E Ledinalva não admite opinião contrária em casa. “Lá em casa todo mundo vota nele, tem que votar, né?”. Dona Ledinalva acompanha a trajetória de Lula pela televisão. Além de garantir os votos de casa, faz campanha para o irmão na vizinhança. “Eu peço voto sim, falo para o pessoal não esquecer de votar no 13”, contou. O último contato que teve com o irmão presidente foi em Brasília, no dia da posse de Lula. Porém, lá ela recebeu o cartão de um secretário do presidente com quem fala de vez em quando. “Lá eu falo com o Weber, eu ligo para ele para saber se o Lula vem pra Mato Grosso. Se ele vir eu quero me encontrar com ele”, diz.

Otimista, Ledinalva já faz planos para a posse de Lula

Se Lula for reeleito, dona Ledinalva da Silva dos Santos garante que vai prestigiar novamente a sua posse. “Só que desta vez não vou de caravana”, ressaltou. “A gente foi de caravana, foi bom, mas o motorista era contra o Lula, então ele queria dormir na estrada e seguir para Brasília só no outro dia”, contou. “Dessa vez eu quero ir de avião”, disse ao observar que, apesar de nunca ter andado de avião, não tem medo. A viagem para a posse, a primeira e a única que fez até Brasília, rendeu histórias engraçadas. “Um senhor levou um saco cheio de boina do Lula. Aí ele vendia e dava para eu autografar. Vendeu tudo”, contou. Em Brasília, Dona Ledinalva ficou em uma sala reservada para a família e teve a oportunidade de cumprimentar pessoalmente o irmão presidente. Dona Ledinalva é irmã de Lula somente por parte de pai. O “seo” Aristides Inácio da Silva, que faleceu há mais de 30 anos, deixou Lula, os sete irmãos e a mulher, dona Eurídice, no sertão de Pernambuco e foi tentar a vida na estiva do Porto de Santos.



Atividade partidária não é o forte da irmã do presidente


Ao contrário do irmão, que é o fundador do Partido dos Trabalhadores, dona Ledinalva da Silva dos Santos não participa de atividades políticas. Mas ela já teve uma experiência. “Trabalhei na campanha de Alexandre Cesar (PT) para a prefeitura de Cuiabá”, contou ao ponderar que não quer mais se envolver. “Eu trabalhei, participei mesmo, mas é muito difícil, a gente sofre muito”, disse ao reclamar dos ataques da oposição. “Aí que eu fico pensando como o Lula agüenta”, observou. Em Cuiabá desde 1989, dona Ledinalva tem esperança de voltar para Santos-SP, para viver perto dos seus irmãos. “Não é nem por causa do calor, porque eu gosto do calor, mas eu gostaria de morar em Santos, para ficar perto da família”, disse. Antes de morar Cuiabá, dona Ledinalva viveu 15 anos no município de Terra Rocha, no Paraná. Ela foi para Mato Grosso a convite de um cunhado que morava na cidade e chamou o seu marido para trabalhar em Cuiabá.

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