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terça-feira, 27 de março de 2018

Ônibus da caravana de Lula é atingido por tiros no Paraná




Dois dos três ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram atingidos por quatro tiros na noite desta terça-feira (27), no Paraná.

Um dos veículos, que era ocupado por jornalistas e era o último do comboio, teve duas perfurações na lataria —dos dois lados. Outro tiro atingiu de raspão um dos vidros. Ninguém se feriu.

O outro ônibus atingido por um tiro levava convidados e estava no meio da comitiva —onde geralmente segue o veículo do ex-presidente.

Lula reagiu ao ataque dizendo que seus opositores não vão pará-lo. "Podem atirar pedra. Deem tiro no ônibus como deram hoje. Se pensam que com isso vão acabar com minha disposição em lutar, estão enganados", disse o ex-presidente.

"Querem matar? Mataram Tiradentes. Salgaram a carne e penduraram nos postes, mas eles não mataram a ideia libertária da independência", afirmou o petista.

Um dos pneus do ônibus que levava os jornalistas foi ainda furado por ganchos de metal pontiagudos lançados na estrada por opositores do ex-presidente.

Foi apenas quando o ônibus parou que os jornalistas que estavam no ônibus perceberam que havia perfurações na lataria.

O ataque ocorreu na saída da cidade de Quedas do Iguaçu, no Paraná, quando a caravana seguia para Laranjeiras do Sul. Pouco antes, Lula havia feito um comício no qual prometeu recriar o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a legalizar os quilombolas. A cidade é cercada por assentamentos, em uma região que concentra 8.000 famílias.

O trecho do Paraná foi o único em que a caravana não foi escoltada por policiais militares. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, os ônibus foram acompanhados pela polícia militar estadual e pela Polícia Rodoviária Federal.

A caravana  tem sido alvo de protestos em praticamente todas as cidades pelas quais passou nos últimos dias, na região Sul.

No domingo (25), em São Miguel do Oeste, Santa Catarina, manifestantes contrários ao petista receberam os ônibus com ovos e pedras —a janela da frente do ônibus em que estava Lula acabou quebrada. Mais tarde, enquanto o petista falava ao público, o palanque voltou a ser alvo de ovos.

​Nesta terça (27), a PM do Paraná havia negado pedido da coordenação da caravana para aterrissagem de um helicóptero no campo da polícia na cidade de Quedas do Iguaçu, onde Lula participou de um evento sobre reforma agrária.

A solicitação foi recusada pelo responsável pelo comando Regional da Polícia Militar do Paraná, em Cascavel, comandante Washington Lee Abe, que assumira provisoriamente a PM de Quedas do Iguaçu.

Esse é o mesmo coronel que causou polêmica ao criticar publicamente a comoção em torno no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).

Segundo reportagem do UOL, a comitiva também passou por outro problema: ganchos de metal pontiagudos foram colocados na estrada por onde os coletivos passavam. Um deles teve o pneu furado.

Os presidenciáveis Manuela D'Ávila (PCdoB) e Guilhermes Boulos  (PSOL) condenaram os ataques. "O fascismo quer calar quem pensa diferente, quer matar quem pensa diferente. Não é petismo, não é lulismo. Hoje é um tiro contra  a caravana de Lula, o líder das pesquisas de opinião no Brasil, amanhã em quem?, indagou Manuela.
"Toda solidariedade a Lula contra as agressões. É momento de unidade democrática e de resistência ativa. Com fascismo não se brinca", comentou Boulos.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS), pediu aos repórteres que tivessem cuidado com o uso da expressão confronto. Segundo ela, a palavra transmite uma ideia errada de que houve ataque e contra-ataque.

— E isso não aconteceu. O que houve foi um atentado político contra um ex-presidente da República

Quantos tiros precisam acertar uma comitiva de ex-presidente em campanha pra isso virar a principal manchete dos sites brasileiros? Quatro tiros não servem.

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