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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O Conluio de Temer com a neuropolítica



A decisão do presidente em exercício Michel Temer em inconstitucionalmente decretar uma intervenção federal no Rio de Janeiro pegou todos de surpresa. Inclusive o general Braga Netto, responsável por comandar a intervenção, que estava a passeio com a família. O próprio general Braga Netto (importante ressaltar que apresenta um perfil combatente), assim como o comandante do Exército Brasileiro, o general Eduardo Villas Bôas, já expressaram suas devidas preocupações na utilização das forças armadas em substituição das forças convencionais estaduais.

 O soldado do exército brasileiro não deveria nunca, em plena função de suas faculdades mentais, apontar uma arma para um cidadão brasileiro. A decisão não foi tomada utilizando parâmetros plausíveis, como, por exemplo, taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes, onde o Rio configura a décima posição. Ou por atendimento aos artigos 34 e 36 do capítulo VI do que sobrou da Constituição. A invocação do inciso três do artigo 34 apenas mascara o quinquagésimo nono golpe do presidente em exercício. A intervenção atende aos apelos dos eleitores do esquizofrênico partidário Jair Bolsonaro. Tal medida visa angariar votos dos eleitores politicamente ignorantes que enxergam a violência carioca de forma pueril. Que se sentem melhor com uma atuação radical contra o “crime organizado que assola o estado”.

Traficantes de drogas são apenas varejistas de produtos que são consumidos por todas as camadas da sociedade. Mas eles são não produtores, químicos, que conseguem esconder milhões em pasta de coca dentro de um helicóptero. E a pobre aeronave foi condenada por porte de drogas.
Temer optou pela neuropolítica. Sim, isso existe e é a base da intervenção, graças aos seus queridos amigos do peito Antonio Lavareda (pioneiro nos estudos da neuropolítica no Brasil) e Elsinho Mouco, o marqueteiro favorito de Temer, no qual repasses ao seu irmão cresceram inacreditáveis 82% no governo pós-golpe. 

Contratos de marketing que ultrapassam R$ 208 milhões e amigos especiais que atuam como “especialistas” em segurança pública e direito constitucional nos tempos livres, por pedido de um grande amigo, é claro, podem ter vários motivos. 

Pode ser minar o eleitorado do Bolsonaro, contando com uma possível prisão do Lula para fechar um governo neoliberal entreguista e usurpador com o PSDB. Pode ser até um tiro no próprio pé, mediante o entendimento do Congresso em relação a decisão do Temer. Pode ser uma artimanha para, de fato, estabelecer um estado de exceção e impedir uma eleição democrática este ano. Pode ser um golpe dentro do décimo golpe para impugnar uma possível eleição futura. Enfim. Podemos investir horas conjecturando os reais motivos dessa intervenção. 

Uma coisa é fato: Depois de quatro vitórias democráticas consecutivas da esquerda, a direta neoliberal entreguista não pode perder esse aparelhamento estatal criado para inibir a democracia, porque se isso escapar de suas mãos.... bem, vamos dar tempo ao tempo e nos manter vigilantes contra violências cometidos contra o povo brasileiro e a parcela pobre e negra do Rio de Janeiro, foco principal dos abusos que, certamente, serão cometidos.

Artigo de Dado Derec - Colaborador do blog

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