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terça-feira, 23 de maio de 2017

Primo de Aécio ganhou benefícios com Aécio no governo de Minas



Preso na última semana depois de ser flagrado pela Lava-Jato carregando malas de dinheiro da JBS para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), Frederico Pacheco é primo distante do tucano. Mas a relação de confiança e a cumplicidade estabelecida em mais de 20 anos com o parente sempre o colocou no círculo mais íntimo dos Neves. Nos anos 90, Pacheco era sócio do então marido de Andrea Neves em uma empresa de comunicação, relação que se fortaleceu quando virou secretário parlamentar na Câmara dos Deputados presidida por Aécio (2001 e 2002).

A eleição do tucano ao governo de Minas, em 2003, elevou-o ao cargo de secretário-adjunto de Estado, sob tutela de Danilo de Castro, o principal operador político dos anos Aécio. Esteve no cargo até 2006, quando assumiu o posto de secretário-geral do governador (2007-2010). Sua função era cuidar da agenda do tucano.

Dados oficiais apontam que seu salário no governo variou entre R$ 7,5 mil e R$ 10 mil. Mas ele, segundo O Globo apurou, enriqueceu plantando eucalipto no norte de Minas e sendo beneficiário de um programa do próprio governo, na mesma época em que era secretário de Aécio.


Pacheco recebeu de graça mudas, insumos e assistência técnica para plantar eucalipto em sua fazenda por meio de uma ONG credenciada no estado para realizar projetos de reposição florestal, financiados por isenção fiscal da indústria madeireira.

Em seu primeiro ano no cargo, ele investiu R$ 33 mil na compra de um terço de fazenda da Agropecuária Rancho do Campo, localizada em Minas Novas, na região do Vale do Jequitinhonha. Dez anos depois, ele vendeu por R$ 2,4 milhões sua participação a um grupo de investidores.

A ONG Apflor, que plantou eucalipto de graça na fazenda, funcionava no mesmo de endereço de outra empresa de Frederico, a Tropical Timber Agro-Florestal, que também investiu na produção de eucalipto. O gestor da ONG, Ricardo Vilela, confirmou ter realizado projetos de reposição florestal na fazenda de Pacheco. Segundo ele, os investimentos da ONG em várias propriedades implicaram em renúncia fiscal para empresas equivalente a R$ 29 milhões, entre 2004 e 2010.

No seu período no governo, Pacheco adquiriu outras cinco propriedades rurais, algumas delas em sociedade com Frederico Lodi, dono da Topus Construtora, fornecedora do governo de Minas. Entre 2005 e 2013 a empresa recebeu R$ 61 milhões em contratos com o estado. Lodi não retornou os contatos do GLOBO. Pacheco comprou ainda, no período, pelo menos 1,4 mil cabeças de gado, investiu em café e na aquisição de terrenos em Cláudio (MG), sua terra natal. Lá ele construiu fazenda vizinha à de Aécio Neves, com cave e campo de futebol. O defensor de Pacheco, Ricardo Ferreira de Melo, informou não se posicionar sobre o cliente, por não conhecer nem mesmo “a decisão que decretou a custódia cautelar".

Em 2011, Aécio passou o bastão à Anastasia e Pacheco virou diretor de gestão empresarial da Cemig, estatal de energia. Coordenador financeiro de Aécio na disputa de 2014, cuidava de questões práticas e de logística, principalmente envolvendo dinheiro.

Em raro momento de aparição em frente às câmeras, Pacheco aparece cantando ao lado de Aécio, em uma roda de viola, a música preferida do tucano, “Tocando em frente”, de Renato Teixeira. Gravado em 2006. O Globo Leia também: A amizade de Temer com os Batista levou Junior Friboi para o PMDB



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