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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Deputado Ônyx tinha apelido de 'inimigo' pela Odebrecht. Mas recebeu propina da empresa



 Relator do projeto das Dez Medidas de Combate à Corrupção na Câmara, o deputado Ônyx Lorenzoni (DEM-RS) recebeu o apelido de "inimigo" na planilha da Odebrecht. Ele é acusado de receber R$ 175 mil via caixa 2 para sua campanha de 2006 e será investigado em um dos inquéritos abertos pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Forte opositor dos governos do PT, Onyx usava a tribuna da Câmara constantemente para criticar o partido, chamado por ele em algumas ocasiões de "organização criminosa". Em um discurso no plenário da Câmara em 28 de março, o parlamentar enaltecia a Lava Jato, "que faz bem para o Brasil e faz mal para a bandidagem".

No pronunciamento, Onyx declarou que as investigações jogavam "luz e transparência talvez sobre a maior delas (bandidagem), a mistura entre partido e governo" e disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era um dos responsáveis "pela infestação de corruptos e incompetentes no governo federal".

Em seu depoimento, o ex-executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar disse que tinha como uma das funções na empreiteira "observar, intuir e perceber potenciais candidatos que poderiam crescer e dar destaque" no mundo político. Onyx, segundo o delator, foi identificado como um desses quadros, e foi procurado porque a Odebrecht queria tê-lo "como um parceiro futuro nas suas atividades de deputado federal".

"Ele era uma pessoa importante, era uma pessoa, um jovem impulsivo, lutador, que precisávamos mantê-lo próximo, procurei o candidato a deputado, na época ele era candidato pelo "PFL" e procurei, dizendo do interesse nosso de nos aproximarmos, de que seria importante fazermos doações pra campanha dele", relatou Alexandrino.

Segundo o ex-executivo, a reunião com Lorenzoni foi ocorreu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e, na ocasião, o deputado gaúcho não demonstrou nenhuma "rejeição" em receber o dinheiro via caixa 2, prática comum adotada pela empreiteira naquela época para não chamar atenção da imprensa.

A operação foi registrada no sistema de informática "Drousys", que controlava as transações do "banco da propina" da Odebrecht. De acordo com Alexandrino, a doação não foi informada à Justiça Eleitoral.

Durante a discussão sobre o pacote anticorrupção na Câmara, Lorenzoni ganhou destaque por defender o texto elaborado pelo Ministério Público Federal e ficar ao lado da força-tarefa da Lava Jato. Em seu relatório, ele manteve a proposta de criminalizar a prática de caixa 2, mas reduziu as penas.


Ferraço se ferrou

Integrantes da chamada "bancada ética", formada por parlamentares com discurso permanente de combate à corrupção, acabaram por integrar a lista do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF)

Crítico da ex-presidente Dilma Rousseff, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) integrava o PMDB quando deixou a base do governo petista, em 2016, para se aliar aos tucanos na oposição. Na época do impeachment, subiu à tribuna do Senado para criticar a distribuição de cargos pelo governo petista para evitar o afastamento da presidente.

Ferraço vai responder pelo  crime de ter recebido propina. Nas  investigações, o tucano teria recebido R$ 400 mil para a campanha ao Senado em 2010.

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