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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Empreiteiras fazem investigação por desvio interno de propinas feitos pelos próprios funcionários



A descoberta de desvios dentro do "departamento de propina" de empreiteiras, feitos pelos próprios funcionários das empresas, mostra que funcionários  responsáveis por operar o pagamento de propina para políticos acabavam embolsando parte do dinheiro, desviado para contas no exterior ou benefícios pessoais.

Afinal, ladrão que rouba ladrão...

Investigações internas das empreiteiras envolvidas na Lava Jato revelam que executivos das próprias empresas também desviaram recursos para suas contas pessoais. Já foram identificados casos nos quais os funcionários responsáveis por operar o pagamento de propina acabavam embolsando parte do dinheiro, desviado para contas no exterior ou benefícios pessoais.

Essa nova informação veio à tona por causa das investigações internas dessas empresas, além das dezenas de processos de delação premiada fechadas com executivos. De acordo com informações apuradas pelo jornal Valor Econômico, um dos executivos suspeitos de desvio de propina teve o dinheiro encontrado em uma conta em Genebra, na Suíça.

A informação da conta só veio à público com o vazamento conhecido como SwissLeaks, feito por um ex-técnico do HSBC. Outro membro de alto-escalão de uma empreiteira também teria feito o mesmo desvio.

Segundo a reportagem, alguns advogados defendem que as empresas poderiam entrar na justiça com ação de ressarcimento para cobrar a quantia extraviada pelos funcionários. O argumento é que se trataria de uma "apropriação indébita" da propina dirigida a agentes públicos.

O crime de apropriação indébita, previsto no artigo 168 do Código Penal, consiste em "apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção". A pena pode variar de um a quatro anos de prisão, além de multa. Outros advogados apontam, porém, que a ideia de tentar recuperar judicialmente o desvio do desvio seria no mínimo extravagante.

A informação vem no momento em que o acordo de delação premiada com os mais de 70 ex-executivos da empreiteira começam a ser divulgados. A "delação do fim do mundo", como vem sendo conhecido o grande acordo entre os investigadores da Operação Lava Jato e os ex-funcionários da empresa, prometem atingir cerca de 200 políticos, de todas as esferas do poder.

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