Homem forte do comitê financeiro da campanha do prefeito eleito, João Doria (PSDB), e cotado para comandar a estrutura que vai organizar as concessões e privatizações na gestão do tucano, o empresário Juan Quirós teve todos os bens bloqueados pela Justiça paulista em 2014 e responde a ações por sua atuação na esfera privada.
Ao todo seis propriedades da família foram bloqueadas em processo no qual Quirós é acusado de usar uma rede de offshores para ocultar ser dono de uma firma que faliu.
Quirós, que hoje é presidente da Investe SP (agência do governo do Estado responsável por fomentar o investimento em São Paulo), é réu em ações trabalhistas e movidas por empresas envolvendo sua atuação à frente da empreiteira Serpal. Ela integrava um grupo de sua propriedade, o Advento.
A empreiteira quebrou em 2014, mas tinha a saúde econômica questionada desde 2012. Segundo a firma que administra a massa falida, ela acumula uma dívida de R$ 61,7 milhões.
Quirós teve os bens bloqueados após ação movida pela multinacional alemã Continental. A empresa contratou a Serpal para construir sua segunda fábrica no Brasil e alega que pagou 135% do valor inicial do contrato –R$ 165 milhões– e a empreiteira entregou só 60% da obra.
A multinacional diz que, diante de pedidos recorrentes de aditamentos, fez um levantamento das contas da Serpal e teria chegado à conclusão de que Quirós incorria em gestão fraudulenta.
O caso foi analisado pela juíza Maria Rita Rebello Pinho Dias, que deu ganho de causa para a multinacional num duro despacho contra Quirós. Ele pediu que o processo corresse em segredo de Justiça, mas não foi atendido.
Apesar de figurar como sócio minoritário, documentos anexados à ação sugerem que Quirós recorreu a uma intrincada rede de offshores para ocultar a propriedade da Serpal. A juíza entendeu que há "indícios fortes" de que ele e sua família estivessem utilizando "empresa offshore de fachada" em seus negócios.
Ela afirmou ainda que o empresário repassou bens para os filhos, simulando transações de compra e venda. "Os documentos consistem em fortes indícios de que Juan Quirós esteja utilizando-se de sua filha pretendendo blindar o seu patrimônio, dificultando a identificação de seu real proprietário."
SUBORNO
Na ação, tanto a multinacional como os advogados de Quirós mencionam carta enviada por ele à sede da empresa na Alemanha com a denúncia de que a Serpal havia pago suborno a um funcionário da Continental que estava extorquindo dinheiro dela.
A defesa do empresário menciona que a Serpal pagou R$ 1,2 milhão para uma firma registrada no nome do funcionário da Continental que teria pedido propina. Alega ainda que, só após se negar a fazer mais pagamentos começaram os desentendimentos.
A empresa alemã nega a hipótese levantada por Quirós e diz que a denúncia do empresário só foi feita após o distrato entre as duas.
A multinacional demitiu o funcionário e fez queixa criminal do caso. Questionado, Quirós disse: "Jamais compactuei com essa prática e sempre denunciei. É contra os meus princípios". Informações da Folha
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