O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, mandou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), enviar à Polícia Federal dados sobre parlamentares, assessores e funcionários da Casa.
A PF investiga se o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), foi contratado pela empreiteira UTC Engenharia ‘para passar informações privilegiadas oriundas da Corte de contas e da Comissão de Obras Irregulares (COI) da Câmara dos Deputados’.
Segundo documento anexado aos autos da Lava Jato no Supremo, a Polícia Federal relatou ‘dificuldades em receber informações por parte da Câmara dos Deputados, consistente no envio do nome dos parlamentares, assessores, além dos funcionários que integram o Comitê de Avaliação das Informações Sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves (COI) entre os anos de 2011 a 2015, bem como os dados funcionais de todos, incluindo CPF, ramais e telefones celulares funcionais (com período de utilização)’.
Na avaliação da Procuradoria-Geral da República, ‘a diligência pretendida pela Polícia Federal é pertinente e relevante para a investigação’.
A Procuradoria destaca que o delator Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, declarou que Cedraz foi contratado pela empreiteira ‘para passar informações privilegiadas oriundas do Tribunal de Contas da União e da Comissão de Obras Irregulares (COI) da Câmara dos Deputados, razão por que é importante saber quem integrava tal comissão, no período de 2011 a 2015’.
Segundo o Ministério Público Federal, os dados são necessários ‘a fim de verificar, numa segunda camada investigativa, eventuais vínculos de parlamentares e servidores com os investigados’.
A Procuradoria requereu a juntada dos documentos em anexo no inquérito, ‘bem como que seja oficiada a presidência da Câmara dos Deputados para que envie o nome dos parlamentares, assessores, além dos funcionários que integram o Comitê de Avaliação das Informações Sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves (COI) entre os anos de 2011 a 2015’.
Os investigadores querem, ainda, ‘os dados funcionais de todos, incluindo CPF, ramais e telefones celulares funcionais (com período de utilização)’.
Ao acolher o pedido da Procuradoria, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, determinou que ‘seja enviada a documentação solicitada pela autoridade policial na referida petição’.
“Nos termos da decisão anexa por cópia, requisito-lhe que encaminhe à autoridade policial a documentação descrita na Petição/STF nº 40760/2016, cuja reprodução acompanha este expediente”, ordenou o ministro do STF.
“Diante da dificuldade encontrada pela autoridade policial em obter os dados sobre os parlamentares, assessores e funcionários que integraram o Comitê de Avaliação das Informações Sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves (COI) diretamente da Câmara dos Deputados, requisite-se, com cópia desta decisão e da petição 40.760/2016, que seja enviada a documentação solicitada pela autoridade policial na referida petição”, decidiu o ministro.
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