Francischini alega licença para não votar contra Cunha, mas viajou em atividade parlamentar.

Deputado Francischini (SD-PR) alega licença há 2 meses para faltar à votação que cassou Eduardo Cunha (PMDB).
Mas a licença não valeu para ele fazer viagens aéreas em outras atividades parlamentares. 

Os deputados que faltaram à sessão de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) estão sendo vistos como votos ocultos e envergonhados a favor de Cunha.

Isto porque faltar conta do mesmo jeito que votar "não" para salvar um mandato. Só que quando falta o nome não aparece no painel de votação da Câmara, nem na listagem divulgada na internet.

O deputado Fernando Francischini (SD-PR) faltou, e até seus eleitores estão fulos com ele considerando ser sinal de rabo preso com a corrupção. Ainda mais ele que posa de paladino da ética como ex-policial federal.

Para justificar, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que está há dois meses de licença para tratar do filho autista. Disse que está licenciado "muito tempo antes da marcação desta votação".

A data da sessão foi anunciada em 10 de agosto. Pela explicação dada, Francischini estaria licenciado desde 12 de julho pelo menos.

Só que a explicação não bate com suas viagens em atividade parlamentar. A realidade desmente.

No mês de agosto o deputado viajou 8 vezes em atividade parlamentar e às custas da Câmara, portanto interrompendo a licença.

Segundo o portal da transparência da Câmara, a maioria dos voos foi entre Curitiba e Brasília, mas teve até um vôo no dia 16 de agosto de 2016, do Rio de Janeiro (SDU) para Curitiba (CWB), em atividade parlamentar, coincidentemente durante as Olimpíadas Rio-2016.

Portanto, o deputado poderia interromper sua licença por algumas horas para fazer uma viagem de Curitiba para Brasília, votar sim ou não na cassação de Cunha, e retornar logo após o voto. Se quisesse.