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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Senador americano condena golpe e pede ação do governo dos EUA


O senador Bernie Sanders afirmou que o processo de impeachment contra Dilma se assemelha a um golpe de Estado e defendeu a realização de eleições antecipadas para solucionar a crise política brasileira.


O senador Bernie Sanders, ex-pré-candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, divulgou uma nota nesta segunda-feira pedindo que seu país se manifeste contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. No texto, ele afirma que o processo é controverso e mais parece um golpe de Estado. O parlamentar americano destacou ainda que o governo interino tem uma agenda social extremamente de direita e substituiu uma administração diversa por um gabinete composto por homens brancos. Ele defendeu a realização de eleições para resolver o impasse político.

Ex-rival de Hillary Clinton nas prévias do Partido Democrata dos Estados Unidos, o senador Bernie Sanders divulgou comunicado nesta segunda-feira (8) no qual condenou e pediu que o governo americano "tome uma posição definitiva contra os esforços para remover a presidente democraticamente eleita do Brasil", Dilma Rousseff. Ele defendeu ainda a realização de eleições presidenciais antecipadas para resolver a crise política brasileira."Para muitos brasileiros e observadores, o controverso processo de impeachment mais se assemelha a um golpe de Estado", declarou o ex-pré-candidato, que ainda se disse "profundamente preocupado" na nota publicada em seu site oficial.

"Depois de suspender a primeira presidente mulher do Brasil por razões duvidosas, o novo governo interino, sem um mandato para governar, aboliu o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Eles imediatamente substituíram uma administração diversificada e representativa por um ministério composto inteiramente por homens brancos", descreveu Sanders.

O senador independente, conhecido por suas posições progressistas, afirmou ainda que a nova administração, "não eleita", rapidamente anunciou planos para impor austeridade, aumentar a privatização e instalar uma agenda social de direita.

"O esforço para remover a presidente Rousseff não é um julgamento legal, mas político. Os Estados Unidos não podem sentar-se em silêncio enquanto as instituições democráticas de um dos nossos aliados mais importantes são minadas. Nós devemos dar suporte às famílias trabalhadoras do Brasil e exigir que esta disputa seja resolvida com eleições democráticas", conclui o senador.

Em entrevista à BBC Brasil na semana passada, a presidente afastada disse que é preciso lutar pela realização de um plebiscito que consulte a população sobre a necessidade de uma eleição presidencial antecipada. O próximo pleito está previsto para 2018.

Caso o Senado brasileiro decida pelo impeachment, o presidente em exercício, Michel Temer, que assumiu interinamente o cargo há quase três meses, cumprirá o resto do mandato.

Sempre que perguntado sobre o assunto, Temer tem repetido que o processo de impeachment é legítimo.


Apoio de deputados

O apoio de Sanders à Dilma não foi o primeiro de membros do Congresso dos Estados Unidos. No mês passado, uma carta endereçada ao secretário de Estado americano, John Kerry, que esteve no Brasil na última semana para assistir à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, foi assinada por pelo menos 39 deputados

"Escrevemos para expressar nossa profunda preocupação com acontecimentos recentes no Brasil, que acreditamos ameaçar as instituições democráticas daquele país", diz um trecho do documento, que também pede que Kerry tenha a "máxima cautela" nos contatos com o governo interino de Temer e evite ações e declarações de apoio ao impeachment de Dilma. Leia também: Tucano deu  Medalha do Mérito Legislativo para diretor da Odebrecht

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