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terça-feira, 12 de julho de 2016

Delegado-geral de SP é investigado por relações com delatores da Lava Jato



As relações do delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Youssef Abou Chahin, com dois delatores da Operação Lava Jato, Roberto Trombeta e Rodrigo Morales, despertaram a atenção de investigadores em São Paulo e Curitiba.
 Empresa especializada em blindagem de carros, a Oregon Blindados tem como sócios a família de Chahin, a filha de Trombeta, Roberta, e a mãe de Morales, Alice.

Há indício de proximidade também na Atria Intermediação de Negócios, de Chahin, que faz prospecção de associações de classe para planos de saúde. Apesar de não ter vínculo formal com Trombeta e Morales, a empresa tem o mesmo telefone de uma das firmas da dupla, a Hedge Car.

Devido a tais relações, Ministério Público do Estado reabriu em junho um inquérito para apurar eventual enriquecimento ilícito do delegado. O órgão também desistiu do arquivamento de outro inquérito sobre ele, esse na esfera criminal.

No mesmo mês, o Ministério Público Federal em São Paulo pediu à força-tarefa da Lava Jato que aponte eventuais conexões entre a operação e as empresas de Chahin ligadas aos delatores.

Chahin foi nomeado delegado-geral em janeiro de 2015 pelo então secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça.

O contador Trombeta e seu sócio, Morales, fecharam acordo de delação em 2015, quando confessaram operar propina para a OAS e a UTC. O acordo de delação está sob risco porque há indícios de que eles omitiram informações.

Na delação, Trombeta relatou ainda o repasse de R$ 3 milhões da montadora Caoa para o empresário Benedito de Oliveira Neto, amigo do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). A suspeita é de que Pimentel tenha beneficiado a empresa quando foi ministro do Desenvolvimento. O contador e seu sócio também abriam offshores para o grupo Caoa, que comercializa veículos da marca Hyundai.

Chahin conheceu Trombeta em 2009. À época, o delegado havia saído formalmente da Oregon Blindados porque sua participação era investigada pelo Estado. Havia suspeitas de conflito de interesse, reveladas pela Folha, porque o então chefe do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) participava de uma empresa de segurança privada.

Chahin defendeu-se dizendo ser sócio cotista –que não participa da administração. O Estado concluiu que não havia irregularidade. Ainda assim, Chahin jamais voltou formalmente à Oregon –hoje, é representado na empresa por sua mãe, Daisy Cerpeloni.

Em 2013, Roberta, filha de Trombeta, entrou na Oregon com 60% de participação. Os negócios então aumentaram, sobretudo com a Hyundai.

A mãe de Morales, Alice, só entrou na Oregon em 2015. Mas, desde 2011, detinha um estacionamento em Bragança Paulista (SP) com o mesmo nome e o mesmo logotipo da empresa da família de Chahin.

Hoje, o delegado tem duas firmas diretamente em seu nome: a Full Time e a Atria Intermediação de Negócios.

Na primeira, que vende carros blindados, Chahin foi sócio de Trombeta até o final de 2014, quando o contador foi substituído por sua filha. Já na Atria, Chahin é sócio da cunhada Luciana Chahin, que é ainda dona de uma empresa de investigação particular. As informações são da Folha de São Paulo
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