Em editorial, jornal espanhol diz que caos institucional coloca Brasil numa situação de "incerteza inconcebível" e acusa oposição de ultrapassar limites e orquestrar uma espécie de "golpe constitucional".
Em editorial publicado nesta quarta-feira (11/05), a versão brasileira do jornal espanhol El País classificou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff como irregular.
"O caos institucional que o Brasil está afundado, cuja máxima expressão é o irregular processo de impeachment contra sua presidenta, Dilma Rousseff, está colocando o país nas últimas horas em uma incerteza inconcebível na maior democracia sul-americana", diz o texto.
Às vésperas da votação do impeachment no Senado, marcada para esta quarta, o jornal afirma que a oposição, que orquestra o processo de impedimento da presidente, ultrapassa os limites da democracia numa "espécie de golpe constitucional".
Se o impeachment for aprovado por uma maioria simples de 41 senadores, Rousseff será afastada do cargo por 180 dias, o que abre espaço para a presidência interina do vice Michel Temer.
Para El País, as investigações não provaram que a presidente cometeu o crime de responsabilidade fiscal, que dá embasamento ao impeachment.
"As sucessivas investigações não conseguiram provar a participação da presidenta na corrupção que afeta o seu partido, mas o abandono de vários de seus parceiros de Governo a colocaram numa situação muito difícil", diz o editorial.
"As sucessivas investigações não conseguiram provar a participação da presidenta na corrupção que afeta o seu partido, mas o abandono de vários de seus parceiros de Governo a colocaram numa situação muito difícil", diz o editorial.
De acordo com o jornal, a crise institucional coloca em questão a legitimidade do novo presidente: "O dano causado é incalculável".
El País
El País
Enquanto o Brasil afunda na recessão, a oposição usou o Congresso para transformar uma acusação de caráter político –uma má gestão do orçamento– num processo previsto para casos penais. As sucessivas investigações não conseguiram provar a participação da presidenta na corrupção que afeta o seu partido, mas o abandono de vários de seus parceiros de Governo a colocaram numa situação muito difícil.
Essa crise institucional coloca dúvidas mais do que razoáveis sobre a legitimidade que teria um novo presidente depois de um processo tão pouco habitual. O Brasil não pode se permitir semelhante espetáculo. O dano causado é incalculável.
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