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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

As relações capitalistas e os procedimentos à margem da lei



As prisões do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) ex-tucano, e do presidente e controlador do banco BGT Pactual, André Esteves, na quarta-feira (24) expõem os diferentes tratamentos que os suspeitos de crimes recebem da Justiça. Tanto o senador quanto o banqueiro detidos em um dos desdobramentos da Operação Lava Jato não foram transferidos, como os outros presos, para a carceragem da Polícia Federal de Curitiba.

Delcídio passou a noite em uma sala administrativa adaptada, da Superintendência da Polícia Federal, de Brasília, e André Esteves, na Polícia Federal do Rio. O senador tem foro privilegiado e sua detenção foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.  O banqueiro André Esteves não tem foro privilegiado, mas segundo informou o seu advogado Antonio Carlos de Almeida, não deverá cumprir o tempo de prisão temporária em Curitiba.

André Esteves e Delcídio são acusados de oferecer vantagem para a família do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada ou, se o fizesse, não citasse o parlamentar.

Todo o desenrolar da história mostra que as relações capitalistas, no Brasil, adotam predominantemente, procedimentos à margem da lei e da ética. Qualquer que seja o setor de atividade, é inexpressiva a parcela que não se vale, com permanência de vantagens ilegais.

E a população assiste a escândalos como mensalão, Lava Jato e Zelotes - que envolve empresas que há muitos anos atuam no Brasil, sendo responsáveis pelas principais obras do país, além de bancos e banqueiros, muitos de uma nova geração, beneficiados por serem insiders - sabendo que o enriquecimento dessas pessoas supostamente se deu via cofres públicos. Dinheiro que deveria ser usado em melhorias na educação, saúde e segurança.

O que pode acontecer se esses 200 milhões de brasileiros, a imensa maioria pobre e sofrida, reagirem e se rebelarem contra tudo isso? Quem será responsável: o próprio povo ou quem, em primeiro lugar, provocou essa crise institucional? JB

Leia também: Delcídio foi preso por falar demais e sua prisão imediata acaba por silenciá-lo

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