Acontece sempre que a sociedade perde a direção e não ia ser diferente desta vez: o mundo político começa a produzir um festival de bizarrices. Observe-se.
Três semanas atrás, Eduardo Cunha foi acusado, no contexto da Lava Jato, de ter exigido e recebido propina de 5 milhões de dólares. Em resposta, decide romper com a presidente da República. O que uma coisa tem com a outra?
Nada. Dilma Rousseff não controla a Justiça, o Ministério Público nem a Polícia Federal. Cunha sabe. Trata-se de manobra diversionista. Para encobrir a grave denúncia que o atinge, joga o foco sobre o impeachment de Dilma, o qual se dedica a preparar com base na possível rejeição pelo Tribunal de Contas da União (TCU) das contas de 2014.
Na quarta (5), o vice-presidente da República chama a imprensa e reconhece que a situação é "grave" porque em reunião com as lideranças dos partidos governistas não conseguiu acordo a respeito dos salários de servidores da Advocacia-Geral da União (AGU), de procuradores e de delegados. Michel Temer aproveita a oportunidade para indiretamente se oferecer como alternativa para reunificar a nação. O que a unidade nacional tem a ver com a PEC 443?
Nada. O Brasil precisa se unir para bloquear o aumento de alguns funcionários públicos? É esse o projeto em torno do qual devemos nos congregar? Aliás, ao redor do que o país está dividido, mesmo? Ah, não, desculpe, foi só o jeito de avisar que, caso a loucura metódica do Cunha der certo, posso assumir a Presidência.
No dia seguinte, diante do movimento de Temer, a fração aecista do PSDB apressa-se a mudar de posição e abandona o impeachment liderado por Cunha. Resolve conclamar a população a marchar pela realização imediata de novas eleições. O que a unificação nacional para combater o movimento dos empregados da AGU tem a ver com a aprovação das contas de Dilma?
Nada. Ocorre que se houver impeachment da presidente e Temer assumir, em 2018 Alckmin e Serra vão disputar, dentro do PSDB, a vaga de candidato com Aécio. Mas se o TSE cassar a chapa Dilma e Michel, convocando-se pleito agora, Aécio teria a seu favor o recall da eleição presidencial recém-disputada e o fato de que Alckmin precisaria renunciar ao governo de São Paulo.
Trecho do artigo de André Singer
Três semanas atrás, Eduardo Cunha foi acusado, no contexto da Lava Jato, de ter exigido e recebido propina de 5 milhões de dólares. Em resposta, decide romper com a presidente da República. O que uma coisa tem com a outra?
Nada. Dilma Rousseff não controla a Justiça, o Ministério Público nem a Polícia Federal. Cunha sabe. Trata-se de manobra diversionista. Para encobrir a grave denúncia que o atinge, joga o foco sobre o impeachment de Dilma, o qual se dedica a preparar com base na possível rejeição pelo Tribunal de Contas da União (TCU) das contas de 2014.
Na quarta (5), o vice-presidente da República chama a imprensa e reconhece que a situação é "grave" porque em reunião com as lideranças dos partidos governistas não conseguiu acordo a respeito dos salários de servidores da Advocacia-Geral da União (AGU), de procuradores e de delegados. Michel Temer aproveita a oportunidade para indiretamente se oferecer como alternativa para reunificar a nação. O que a unidade nacional tem a ver com a PEC 443?
Nada. O Brasil precisa se unir para bloquear o aumento de alguns funcionários públicos? É esse o projeto em torno do qual devemos nos congregar? Aliás, ao redor do que o país está dividido, mesmo? Ah, não, desculpe, foi só o jeito de avisar que, caso a loucura metódica do Cunha der certo, posso assumir a Presidência.
No dia seguinte, diante do movimento de Temer, a fração aecista do PSDB apressa-se a mudar de posição e abandona o impeachment liderado por Cunha. Resolve conclamar a população a marchar pela realização imediata de novas eleições. O que a unificação nacional para combater o movimento dos empregados da AGU tem a ver com a aprovação das contas de Dilma?
Nada. Ocorre que se houver impeachment da presidente e Temer assumir, em 2018 Alckmin e Serra vão disputar, dentro do PSDB, a vaga de candidato com Aécio. Mas se o TSE cassar a chapa Dilma e Michel, convocando-se pleito agora, Aécio teria a seu favor o recall da eleição presidencial recém-disputada e o fato de que Alckmin precisaria renunciar ao governo de São Paulo.
Trecho do artigo de André Singer
2 Comentários:
O reconhecimento demorou, mas não deixou de vir. Um país melhor é possível sim.
O reconhecimento do governo Dilma no combate a corrupção no país já ultrapassou as fronteiras, e só agora os jornais brasileiros estão admitindo este legado. Os homens de bem precisam ajudar o país a voltar à normalidade política e econômica, e mostrar a todos que a hipocrisia, oportunismo e a politicagem não podem servir para prejudicar o país, produzir desempregos, falências de empresas e aumento da pobreza. Diga não ao golpe, não ao passado e sim ao futuro.
http://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/ft-destaca-postura-de-dilma-no-combate-corrupcao-402368.html
Mas o aécim teria que enfrentar o Lula! E aí? Vai encarar?
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