A Raízen fechou acordos para exportar etanol de segunda geração para a Europa a um prêmio de 300 reais por metro cúbico sobre o produto convencional, em meio à forte demanda pelo produto no exterior por preocupações ambientais.
"O etanol de segunda geração tem nicho muito forte no mercado exportador. EUA, Europa e Ásia têm muito interesse. Vamos produzir 10 milhões de litros esse ano e já está tudo vendido para fora", disse nesta quarta-feira o diretor-executivo de Açúcar, Etanol e Bioenergia da Raízen, João Alberto Abreu.
A Raízen, maior produtora individual de etanol e açúcar do Brasil, uma joint venture entre Cosan e Shell, inaugurou nesta quarta sua primeira usina de etanol de segunda geração, em Piracicaba, no interior de São Paulo.
O combustível, produzido a partir de biomassa da cana, com o uso de enzimas, ainda é mais caro que o etanol tradicional, fabricado com o caldo açucarado extraído na moagem da cana.
O custo de produção do etanol de primeira geração é de cerca de 1.150 reais por metro cúbico (mil litros), enquanto o de segunda geração custa 1.400 reais, segundo a Raízen.
A empresa projeta que vai conseguir equiparar os custos dos dois tipos até 2017 e fazer o chamado etanol celulósico custar 1.100 reais por metro cúbico em 2018.
A atual capacidade da nova unidade é de 26 milhões de litros por ano, mas um novo equipamento de fermentação começará a ser instalado em outubro, o que fará a usina chegar futuramente a 42 milhões de litros anuais.
Abreu disse que a Raízen planeja instalar usinas de segunda geração em oito localidades assim que os custos estejam similares ou inferiores ao do etanol convencional.
Segundo ele, trata-se de um produto com forte apelo no mercado externo, uma vez que sua produção tem baixíssima emissão de carbono.
"Esse produto ganha muita importância com a questão (da mudança) climática. Alguns mercados possuem legislações que favorecem muito o etanol de segunda geração, como a Califórnia", afirmou o executivo.
AÇÚCAR
A Raízen espera uma melhora nos preços do açúcar em 2016, devido a uma redução da oferta no mercado global.
"É difícil estimar para quanto irá o preço a partir do ano que vem. Algumas tradings já estão estimando déficits no balanço de açúcar para o ano que vem e próximos anos, então em 2016 (o preço) já deverá ser um pouco melhor do que neste ano", disse Abreu.
O açúcar bruto na bolsa de Nova York tocou em junho a menor cotação em cerca de seis anos e meio, em meio a fortes vendas de produtores e a uma fraca demanda global.
Segundo o executivo, o ponto de equilíbrio para a produção de açúcar está em um preço de 14 a 15 centavos de dólar por libra-peso. Nesta quarta-feira, a commodity era negociada abaixo de 11,50 centavos na bolsa norte-americana. Agência de notícias Reuters
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