Jornalista: Presidente, (inaudível), do Estado de São Paulo. A entrevista que a senhora concedeu à Folha de São Paulo repercutiu muito no Brasil. O senador Aécio Neves disse que golpista é o PT e a oposição acusou a senhora de estar passando por cima das instituições brasileiras. Como é que a senhora responde a essas críticas?
Presidenta: Olha, primeiro eu acho que não se trata de eu ficar aqui debatendo o que aconteceu, o que deixou de acontecer. A verdade é a seguinte: Em momento algum da minha entrevista eu passei por cima de nenhuma instituição. Nem o TCU ainda deu um parecer definitivo sobre as minhas contas sequer, eles abriram a possibilidade de a gente explicar, e nós vamos nos explicar bem explicado, e a mesma coisa o TSE. Então, não passei por cima de nenhuma, nenhuma instituição. Nenhuma instituição se pronunciou. Nesse sentido, é estranho que prejulguem porque, como eu estou te dizendo, não há uma decisão. Que estranho que se trate como se tendo havido uma decisão, quando não houve a decisão. E acho, também, que é importante que a imprensa esclareça isso, que instituição que você passa por cima quando, não há decisão, não tem como discutir uma decisão que não houve e não tem como pré-julgar, posto que não se sabe qual vai ser a decisão dessa instituição. Ao contrário, quem coloca como já tendo tido uma decisão, está cometendo, eu acho, um desserviço para a instituição, um desserviço para o TCU e para o TSE, porque não há nenhuma garantia que qualquer senador da República possa, muito menos o senhor Aécio Neves, possa pré-julgar quem quer que seja ou definir o que que uma instituição vai fazer ou não. Respeitar a institucionalidade, começa por respeitar as instituições, por respeitar as suas decisões e o seu caráter autônomo, soberano e independente. Então, eu quero dizer o seguinte: A gente não fica discutindo quem é ou quem não é golpista. Quem é golpista mostra, na prática, as suas tentativas, porque começa por isso: pré-julgar uma instituição. Não há dentro, nem do TCU, nem do TSE, a possibilidade de dizer qual vai ser a decisão, até porque o futuro é algo que ninguém controla, nem eu, nem ninguém.
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