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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Ronaldo agora acha 'revoltante', mas sempre mostrou intimidade com alto escalão da FIFA


O silêncio dos dirigentes do futebol brasileiro sobre o escândalo de corrupção na Fifa, envolvendo também dirigentes e empresários brasileiros, foi e está sendo, no mínimo, vergonhosa.

Oito dias após a deflagração da operação que prendeu, entre outros dirigentes, o vice-presidente da CBF, José Maria Marin, e depois de inúmeras revelações de supostos envolvimentos de mais dirigentes da alta cúpula, representantes do nosso futebol se calam de forma constrangedora.
Ronaldo Jérôme Valcke e Marin
 Os ex-jogadores Romário, Ronaldo e Pelé foram os poucos a darem declarações. Romário aplaudiu a operação e defendeu a prisão de mais dirigentes, inclusive de Marco Polo Del Nero. Remando na direção  contrária, Pelé defendeu a reeleição de Blatter, afirmando que ele tinha experiência para permanecer na presidência da Fifa (poucos dias depois, o próprio Blatter anunciou sua renúncia e convocou novas eleições). Já Ronaldo, que trabalhou para a CBF e para a Fifa durante a Copa de 2014, dirigindo o Comitê Organizador Local, agora afirma que acha "revoltante" as revelações de corrupção e defende a saída de Del Nero da CBF.
 Aliás, as relações de Ronaldo com a Fifa iam além de dirigir a COL. Ele mostrava íntima relação com o alto escalão. Inclusive, durante a Copa das Confederações, Jérôme Valcke , secretário-geral da Fifa, alugou a cobertura de Ronaldo na praia do Leblon durante o período do torneio  para hospedá-lo, junto com a família. De acordo com o colunista Lauro Jardim, Valcke pagava generosos R$150 mil de aluguel.
Jérôme Valcke, que disse que o Brasil deveria levar um pé na bunda e Ronaldo
Cala a boca, Ronaldo


"Agora é muito fácil você chegar e falar 'manda embora esse, põe esse'. O Ronaldo participou de toda a organização da Copa. Agora quer mandar embora o Del Nero e o Marin [José Maria Marin], que estavam juntos com ele? Não dá para entender muito", disse Edmilson.

Para Edmilson, é preciso esperar as investigações antes de se manifestar. "Eu acho que é precipitado, é um cargo extremamente político. Jogador não tem de se envolver em política. O jogador não quer saber disso, se Blatter pediu ou não demissão. Jogador não tem estrutura política para entrar nisso aí. Só se fizer como o Romário, que largou tudo pela política", disse.

Edmilson jogou com Ronaldo na conquista do pentacampeonato em 2002 e declarou isso para a Folha

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