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sexta-feira, 22 de maio de 2015
Por que a Total Petróleo anuncia na TV Globo?
No período eleitoral de 2014 vi uma propaganda na TV muito bem feita que pensei ser da Petrobras. Mas era da Total, empresa de petróleo multinacional cuja sede é na França.
Achei muito estranho. A Total não atua no varejo no Brasil, não tem rede de postos, para anunciar em meios de comunicação de massa. Então o retorno em vendas, uma das razões de ser da qualquer propaganda, seria zero.
Outro motivo mais justificável seria uma propaganda institucional. É comum quando a imagem da empresa sofre algum desgaste, por exemplo quando há acidente com danos ambientais, ou que vitima trabalhadores, ou quando a empresa se vê envolvida em algum escândalo. Também não é o caso da Total no Brasil. O retorno, neste caso, também seria zero.
Em países onde empresas estrangeiras são consideradas imperialistas por ficarem com a maior parte do lucro do petróleo, deixando muito pouco da riqueza para o povo, também é comum este tipo de propaganda institucional para melhorar a imagem e fazer um contraponto neoliberal aos nacionalistas que pregam mudanças nos contratos. Mas no Brasil, a Total não tem nenhum problema de má imagem deste tipo.
A petroleira francesa até aceitou participar da extração de petróleo no campo de Libra no pré-sal com participação minoritária, ao lado da majoritária Petrobras. Aceitou as regras de partilha, onde a fatia do leão da riqueza fica com o povo brasileiro. Portanto também não tem este tipo de problema, e o retorno da propaganda também seria zero.
Aliás, se a Total tivesse que fazer propaganda institucional seria em 2013, após participar do consórcio de Libra com a Petrobras. Ali seria hora de fazer uma propaganda comemorativa para marcar a presença institucional de investir no Brasil e esse blá-blá-blá corporativo que grandes empresas costumam fazer quando anunciam grandes investimentos, mesmo que não atuem no varejo.
Mais surpreendente é que a propaganda é internacional, não foi feita no Brasil, nem concebida para o Brasil. É visível cenas gravadas em países africanos, inclusive com placas em outros idiomas. No Youtube, quando pesquisamos, vemos que o anúncio existe dublado em diversas línguas.
Agora a propaganda está de volta na tela da TV Globo (não sei se é veiculada em outros canais também). Ao que tudo indica o retorno em vendas e para as operações no Brasil em termos de negócios com as regras atuais continua sendo zero.
Assim a propaganda seria dinheiro jogado fora. Mas departamentos de marketing altamente profissionais de multinacionais não rasgam dinheiro.
Por que então anunciar na TV Globo?
Não podemos afirmar ao certo, mas que dá para desconfiar, isso dá. O único motivo que consigo vislumbrar, que não seja rasgar dinheiro, é os anúncios serem uma forma de patrocínio à linha editorial das Organizações Globo para defender mudanças no modelo de partilha e enfraquecimento da Petrobras, de forma que as petroleiras privadas estrangeiras fiquem com uma fatia maior da riqueza do pré-sal.
Só consigo ver retorno financeiro para a Total neste tipo de propaganda se a pregação da Globo desse certo contra a Petrobras e contra o modelo de partilha no pré-sal, onde cerca de 80% da riqueza ficam para o povo brasileiro.
O presidente da Total do Brasil, em entrevistas, já defendeu o fim da exclusividade da Petrobras no pré-sal. Os jornais e telejornais da Globo também defendem a mesma coisa. Junta a fome de um com a vontade de comer do outro.
Não é proibido nem ilegal anunciar com objetivo de patrocinar linhas editoriais que atendam ao lobismo corporativo. Mas o povo brasileiro tem o direito de saber qual é o jogo político pesado em torno da riqueza do pré-sal que está sendo jogado na telinha da TV Globo.
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2 Comentários:
certamente a total tambem deve estar pagando muito caro pelos anuncios, e eles sao uma forma de entrar dim dim no caixa da globo que nao anda muito bem das pernas, entao eles juntaram o util ao agradavel: VAMOS FAZER UMA PROPAGANDA VOCES VAO SER CONTRA A PARTILHA E NOS ENCHEMOS SEU CAIXA DE DINHEIRO PARA PAGAR SUAS DESPESAS .
Vejo o poder dos EUA em xeque neste cenário em que vivemos, de um lado tentam frear nosso desenvolvimento de um tipo independente que sempre foi abortado por pressões que levaram aos golpes com participações diretas da inteligência dos EUA. Documentos secretos, que agora liberados depois de decurso o prazo comprovam que a teoria da conspiração era fato. Temos uma outra modalidade de Golpe patrocinada pelo poder imenso dos meios de comunicação com a tarefa de se aliarem aos filhotes dos golpistas do passado para com a propaganda, dissimulação e deturpações dos fatos enfraquecer governos que tenha a postura ideológica progressista independente. Não tenho certeza se esta estratégia norte americana diante de um mundo globalizado com uma potência emergente como a China isso será possível. Veja que curioso, os EUA tende a ver a crise da América Latina e no meio a nossa como uma maneira de fazer seus velhos aliados voltares ao poder, de modo que os EUA e esta oposição entreguista são convergentes dos teóricos do quanto pior melhor, por outro lado a China não quer a decadência da América latina e muito menos a do Brasil, um dos seus sócios nos BRICS e vai investir pesado para que mantenhamos firmes no caminho da emancipação. O fato é que são dois países que no fim querem é se dar bem, mas nesta briga se nós soubermos administrar poderemos tirar proveito e lá na frente sermos em vez de coadjuvante finalmente ser protagonista do nosso desenvolvimento.
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