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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Eduardo Cunha torna financiamento eleitoral filme de terror. Exige matar o monstro muitas vezes.


Uma coisa temos que reconhecer no deputado Eduardo Cunha (PMDB): ele é o que se chama um animal político. Nem quando é vencido se dá por vencido quando está em jogo seu projeto de poder.

Quando pensávamos que a votação de terça-feira tinha enterrado o monstro da corrupção que é financiamento empresarial de campanha, Cunha avisa que, tal qual aquele personagem Jason do filme de terror Sexta-feira, 13, o monstro terá que ser matado de novo. Sabe-se lá quantas vezes.

Boa parte dos deputados, além de criarem juízo na terça-feira, perceberam que nem tudo que é bom para o projeto de poder de Cunha é bom para eles. Muitos perceberam que misturar dinheiro de empresas com eleições acaba sendo chave de cadeia, até para quem não tem culpa se cair em desgraça na mídia. Na prática, políticos perderam o benefício da dúvida, a menos que tenham blindagem no oligopólio da mídia. Assim, votaram contra incluir na Constituição o financiamento de campanha por empresas, coisa que acaba sendo a raiz da corrupção.

Cunha, notório defensor do financiamento empresarial, perdeu essa votação. Mas agiu como mau perdedor. Criou uma inusitada repescagem (ou revanche) da votação.

Disse que "o texto rejeitado ontem foi um destaque", portanto o texto original do relator deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), mesmo que propondo a mesma coisa, não teria sido votado e será votado hoje (quarta-feira).

Cunha tem o apoio do PSDB, que votou em peso a favor de continuarem recebendo dinheiro de bancos e empreiteiras para se elegerem. O líder da minoria, o deputado tucano Bruno Araújo disse que financiamento empresarial poderá ser aprovado hoje.

“Nós vamos seguir a ordem de votação, nosso acordo foi votar agora primeiro o financiamento privado por pessoas jurídicas, em segundo lugar o financiamento privado por pessoas físicas e em terceiro o financiamento público”, disse Cunha.

Precisa 308 votos para aprovar a constitucionalização do financiamento empresarial, pois trata-se de mudança constitucional. Ontem teve 264 votos, o que é muito e revela o quanto boa parte da representação parlamentar está representando mais as empresas que lhes dão dinheiro do que o povo, mas estes votos são insuficientes para passar a mudança constitucional.

Agora, resta saber, primeiro se o plenário da Câmara vai acatar esta manobra de ter que votar de novo em um tema já votado. Depois, se o monstro da corrupção que é o financiamento de políticos por empresas será matado pela segunda vez.

Quantos deputados ainda vão querer viver perigosamente à espera do próximo escândalo de corrupção envolvendo financiadores de campanha? Quantos vão desafiar o povo brasileiro, insistindo em um modelo de financiamento político que leva à promiscuidade entre o público e o privado, corrupção, que cada vez mais tem levado a operações da Polícia Federal?

1 Comentários:

brasilpensador.blogspot.com disse...

MUITOS DOS DEPUTADOS QUE VOTARAM A FAVOR DO FINANCIAMENTO DE CAMPNHA NAO SABEM É QUE NA DISTRIBUIÇAO DE VALORES FEITAS A PARTIDOS OS DEPUTADOS E SENADORES DE MENAS EXPRESSAO quase que nao recebem dinheiro pois o grosso mesmo fica com os cabeças dos partidos e ja no financiamento publico de campanha isso pode ser repassado para cada deputado e nao ao partido. Pergunta ai a um deputadozinho do PSDB quanto ele recebeu de empresas privadas e va la ver quanto recebeu AECIO ALCKMIN, PERILLO, SERRA -

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