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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Careca aparece e insinua que Youssef foi coagido


Acusado pela Operação Lava-Jato de ser um dos principais portadores de Alberto Youssef, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o "Careca", afirmou ontem em interrogatório ao juiz Sergio Moro que os valores e endereços de entrega de propinas declarados em seus depoimentos foram "ditados" pelo doleiro, enquanto ele esteve preso na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba.

"O delegado falou que se eu não prestasse alguma colaboração, iria ficar preso até a audiência que era o que estava acontecendo. Era praxe. Aí eu falei. Não tinha a menor intenção de ficar preso ali. Eu estava transtornado. Estava tomando remédio. Eu não estava legal". Segundo ele o delegado Marcio Anselmo disse que " Alberto vai lhe ajudar a fornecer os nomes e tal". "[O delegado] Me forneceu uma carga de caneta, um pedaço de papel. Eu voltei pra carceragem para no dia seguinte ser ouvido. E assim eu fiz. Desci lá. Minha cela era ao lado da dele [de Youssef]. Ele falou, ´olha, endereço tal era fulano, era beltrano, sicrano e tal´. E eu fui anotando aquilo mecanicamente", disse ao juiz titular das ações penais da Lava-Jato em Curitiba.

"Quando ele [Youssef] contratou o serviço do senhor ele disse que era para quê? Para entregar cartão postal?", ironizou o juiz Sergio Moro. Careca respondeu que achava que eram "documentos sigilosos". "Era transação entre empresários", disse.

"E se tivesse droga dentro do pacote?", replicou o juiz. "Até onde sei, o Alberto nunca foi traficante", respondeu Careca.

Interrogado pelo magistrado, Careca acabou confirmando que fez entregas de pacotes em endereços indicados por Youssef. Ele também confirmou conhecer Fernando Soares, o "Baiano", acusado de ser operador de propinas para o PMDB na diretoria Internacional da Petrobras.

Questionado pelo advogado de Youssef, Careca negou que o doleiro tenha pedido para ele mentir sobre as entregas de dinheiro. "Não, contar história nenhuma. Aquilo ele só estava falando de um exercício de memória, essa expressão que o senhor usou. Ele me falou: ´quando você foi em tal lugar era fulano, só isso", respondeu.

Careca negou que tenha facilitado o embarque de portadores de Youssef em voos no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, onde trabalhou por volta de 2010. Ele também disse que não ficou foragido da Justiça.

1 Comentários:

Apelido disponível: Sala Fério disse...

A pergunta que não quer calar: ele está preso? Testemunha que se ausenta sem permissão teria que ficar presa. Nesse caso, suspeito que não está ...

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