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terça-feira, 12 de maio de 2015

Auditorias não encontram propina nos contratos firmados com a Petrobras e Sete Brasil


Plataformas da Sete Brasil não têm irregularidades

Cerco financeiro à empresa ameaça pré-sal e conteúdo local

Auditorias externas não identificaram irregularidades nos contratos firmados com a Petrobras para a construção de sondas de perfuração para exploração do petróleo na região do pré-sal, afirmou o presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

Em acordo de delação premiada, o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras e também ex-diretor da Sete Brasil, Pedro Barusco, afirmara que a empresa pagou propina a diretores da Petrobras nos contratos de construção de 28 sondas de perfuração.

“Assim que surgiram na imprensa as primeiras notícias da Operação Lava Jato, contratamos empresas de auditorias externas e escritório de advocacia e não foi encontrada nenhuma irregularidade nos contratos e no processo licitatório das plataformas”, disse Carneiro, que assumiu a presidência da Sete Brasil no final de abril do ano passado, quase um mês após a Polícia Federal deflagrar a primeira fase da Lava Jato.

De acordo com Guimarães Carneiro, das 28 sondas de perfuração previstas, 17 estão em construção: duas unidades estão com mais de 80% dos trabalhos realizados e dez com avanço superior a 30%.

O presidente da Sete Brasil informou à CPI que até início da Operação Lava Jato as demais 11 sondas ainda estavam em fase de elaboração. Com o início da operação da PF, disse Carneiro, a empresa passou a ter dificuldades de caixa e várias obras tiveram redução no ritmo de andamento e outras paralisaram as atividades. “Estamos desde novembro sem pagar os estaleiros”, admitiu. Ele explicou que, desde então, dois estaleiros continuaram operando mesmo sem receber, alguns estaleiros diminuíram o ritmo, e alguns romperam contratos.

A Sete Brasil foi criada por iniciativa da Petrobras – que tem apenas 10% das ações da empresa – em 2011, e sua operação envolvia financiamento do BNDES e participação de fundos de pensão Petros, Previ (do Banco do Brasil), Valia (da Vale do Rio Doce), Funcef (da Caixa Econômica Federal), Petrobras e dos bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander.

Ao ser questionado pelo sub-relator da CPI deputado André Moura (PSC-SE) se a licitação das sondas foi direcionada para que a Sete Brasil vencesse o certamente, Carneiro negou que a empresa tenha sido beneficiada. “A Petrobras identificou na época do pré-sal a necessidade de 40 sondas. Doze foram construídas fora do Brasil. Com a exigência do ANP [Agência Nacional do Petróleo] da produção de conteúdo local a Petrobras foi obrigada a licitar as plataformas de forma que elas fossem produzidas no Brasil. A idéia era que uma empresa com maior condições fosse constituída e assim foi. Ela foi montada antes da licitação das 21 sondas e conseguiu esses contratos, mesmo tendo outro participante na licitação” disse o presidente da companhia.

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