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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Na delação premiada Youssef diz que teve, sim, pagamentos para político de Minas

Doleiro confirma envio de mala com R$ 1 milhão para Minas, mas não revela para quem

Youssef: doleiro mencionou na sua delação premiada que houve, sim, pagamentos que beneficiaram um político de Minas

Depois de quase dez dias de críticas e polêmicas, uma pergunta continua agitando o meio político de Minas Gerais: quem recebeu o carregamento de R$ 1 milhão que o doleiro Alberto Youssef afirmou ter enviado para Belo Horizonte?

O PSDB mineiro foi o primeiro a reagir porque o ex-governador e senador eleito pelo partido Antonio Anastasia foi envolvido no caso. Em depoimento prestado no fim do ano passado e noticiado há cerca de dez dias pelo jornal "Folha de S. Paulo", um ex-policial de nome Jayme Alves disse que entregou uma mala com essa quantia, a mando de Youssef, a um homem que mais tarde disse ter identificado como sendo Anastasia. O episódio teria ocorrido em 2010.

"O que nós sabemos é que o dinheiro foi para Belo Horizonte, para um endereço", disse ao Valor Antonio Figueiredo Basto, defensor de Youssef. "Não posso falar para quem foi, para quem não foi, como foi. "Eu só sei que foi remetido R$ 1 milhão para Belo Horizonte. Não sei a data. Temos de esperar a abertura da investigação."

Basto disse que não pode dizer se os recursos distribuídos em Minas foram para alguma campanha eleitoral. "Pode ser como pode não ser. Eu não ouvi nada de campanha."

Mas ele deu uma indicação: "Isso vai ser esclarecido quando, em fevereiro, o Supremo [Tribunal Federal] der a abertura dos inquéritos das colaborações processuais, esse fato vai se esclarecer". Como o Supremo se encarrega dos casos de quem tem foro privilegiado, Basto pareceu se referir a algum político. Em fevereiro, os ministros da corte voltam do recesso.O PT  fala em criação de CPI na Assembleia Legislativa para apurar o episódio.

Em 2010, Anastasia disputou contra Hélio Costa (PMDB), que liderou as pesquisas de intenção de voto até boa parte da disputa. O recurso que Youssef diz ter enviado a Belo Horizonte poderia ter chegado de alguma outra forma à campanha do PSDB, PSDB que estava no governo de Minas desde 2003

"Isso é possível." A frase não é de um petista, mas foi dita esta semana à reportagem, como resposta à pergunta, por um tucano de Minas Gerais. A fonte, que pediu para não ter seu nome citado, disse que ao considerar essa possibilidade fala não de possíveis recursos da Petrobras, mas de recursos "não contabilizados" de empreiteiras. E acrescentou: "E se veio, foi para a campanha majoritária também". A mesma fonte disse, entretanto, que jamais isso teria passado pelas mãos de Anastasia e que não se ouviu o nome de Youssef no meio político em Minas na época.

O PSDB saiu fraturado das últimas eleições para governador de Minas no ano passado. O candidato escolhido por Aécio, Pimenta da Veiga, foi derrotado no primeiro turno e enfrentou pesado fogo amigo durante a campanha.

Os dois comentários destoam dos de outros tucanos que participaram da campanha daquele ano. Um deles, o presidente do PSDB de Minas, na época, Nárcio Rodrigues disse: "Nós nunca trabalhamos assim. Não é nosso esquema. E a orientação da campanha era que toda a captação fosse dentro das regras da lei." Anastasia está em férias no exterior. A assessoria de imprensa dele não conseguiu contactá-lo.

Segundo uma das fontes, diretamente envolvida nessa investigação e com acesso aos autos, o pagamento enviado por Youssef envolveu repasse a uma empreiteira de "menor porte", via doação eleitoral devidamente registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Youssef mencionou na sua delação premiada que houve, sim, pagamentos que beneficiaram um político de Minas Gerais", disse ao  jornal Valor Economico.

1 Comentários:

Marcelo Santos disse...

PSDB quer acusar de todo jeito o PT, só que cada vez que procura fazer isso mais aparecem erros do psdb

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