Aguardado desde a última quinta-feira para prestar depoimento à Polícia Federal por comandar um esquema que desviava até R$ 30 milhões por mês dos cofres de Itaguaí, o prefeito Luciano Mota (PSDB)
A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do prefeito de Itaguaí, Luciano Mota (PSDB), acusado de desviar entre R$ 30 milhões mensalmente do orçamento da cidade. As verbas seriam provenientes do Sistema Único de Saúde e dos royalties do petróleo. Itaguaí é uma cidade de 117 mil habitantes, na região metropolitana do Rio de Janeiro, com orçamento mensal de R$ 55 milhões.
Agentes da PF apreenderam na quinta-feira (18) uma Ferrari amarela, modelo 458, avaliada em R$ 1,2 milhão, uma caminhonete Range Rover, de R$ 600 mil, usadas pelo prefeito em seus deslocamentos, segundo as investigações, além de 10 ternos Hugo Boss, comprados por R$ 45 mil, e uma tevê de 85 polegadas, de R$ 99 mil. Também foram apreendidos computadores e documentos. O delegado da PF, Hylton Coelho, que está à frente das investigações, pediu reforço de técnicos da Corregedoria Geral da União e do Ministério da Saúde para analisar as informações.
"Há várias frentes de sangria. Itaguaí tem um orçamento mensal de R$ 90 milhões e a quadrilha desviava cerca de 20% desse total. Entre os documentos que encontramos estão 13 pastas com planilhas de pagamento de funcionários fantasmas. São assessores contratados por vereadores por salários de até R$ 7 mil, mas que recebiam uma pequena parcela. Só aí, o desvio era de R$ 30 milhões mensal", afirmou Coelho.
De acordo com as investigações, o primeiro contrato suspeito foi firmado logo nos primeiros dias do governo de Mota, com uma empresa de limpeza urbana. A prefeitura paga R$ 2,7 milhões pela coleta seletiva, mas esse serviço não é realizado na cidade. Coelho também investiga o pagamento de R$ 7 milhões ao ano pelo aluguel de 187 carros modelo Jeta, mas apenas 12 veículos eram usados. Também há denúncias de desvio em obras e reformas de postos de saúde.
Dois secretários (Amaro Gagliarda, de Assuntos Extraordinários, e Ricardo Soares, de Turismo) prestaram depoimento e foram indiciados pelos crimes de desvio de dinheiro público, fraude em licitação, formação de quadrilha e crime ambiental. O prefeito Luciano Mota, de 32 anos, não foi encontrado. "Expedimos mandado de condução coercitiva, mas ele não foi localizado, nem mandou advogado à delegacia. E desde quinta-feira, não foi mais visto na cidade", afirmou o delegado.
De acordo com o delegado, o prefeito não tem nenhum bem em seu nome. Coelho pretende pedir ainda a apreensão de um helicóptero usado por Mota em seus deslocamentos.
O delegado Hylton Coelho, chefe da delegacia de corporação em Nova Iguaçu e um dos responsáveis pelas investigação,informou que um grupo formado por50 pessoas, entre servidores e empresários, forjava contratos de prestação de serviços à prefeitura usando firmas de fachada ou dirigidas por ""laranjas"" . Segundo o policial, a quadrilha desviava dinheiro que era repassado à prefeitura pelo governo federal: seriam recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e royalties do petróleo.
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