Pages

sábado, 6 de dezembro de 2014

OIT afirma: Brasil foi um dos países que mais reduziram desigualdade salarial na última década


O Brasil e a Argentina foram os países que mais reduziram a desigualdade salarial no mundo na última década, segundo relatório produzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), “Global Wage Report 2014/15 Wages and income inequality”, que compara dados de 130 países. Um número significativo de economias emergentes e em desenvolvimento experimentaram declínio na desigualdade em razão da distribuição mais equilibrada dos salários e do emprego assalariado.

Na Argentina e no Brasil, onde a desigualdade registrou as quedas mais intensas, mudanças na distribuição dos salários e emprego assalariado contaram com mais de 87% da redução da desigualdade entre maiores e menores salários na Argentina e 72% no caso brasileiro. Em países desenvolvidos, a renda do trabalho corresponde a cerca de 70% a 80% da renda domiciliar. Em países como Argentina e Brasil, entre 50% e 60%. No Vietnã, 30%.

Em economias desenvolvidas, a desigualdade aumentou devido à combinação de mais desigualdade salarial e perda de empregos. Na Espanha e nos Estados Unidos, dois dos países em que a desigualdade mais aumentou, a piora na distribuição salarial foi responsável por 90% do aumento da desigualdade na Espanha e de 140% nos Estados Unidos.

Os dados gerais apontam que os salários médios ainda são consideravelmente baixos entre emergentes e economias desenvolvimento. Quando ajustado pela paridade de poder de compra, o salário médio mensal nos Estados Unidos, por exemplo, é mais do triplo daquele da China.

O salário médio em economias desenvolvidas era de US$ 3 mil considerando a paridade de poder de compra (PPP, custo de vida) comparado com uma média, enquanto que chegava a US$ 1 mil entre emergentes e em desenvolvimento. Mas a desigualdade entre salários reais nestes países estreitou entre 2000 e 2012, com aumento salarial mais forte nos emergentes, enquanto houve contração ou estagnação de salários em boa parte dos desenvolvidos.

DESACELERAÇÃO DE SALÁRIOS EM 2013

No entanto, aponta o relatório, o crescimento dos salários no mundo desacelerou entre 2012 e 2013 e ainda não voltou aos patamares do pré-crise. Eles subiram 2% em termos reais no ano passado, perdendo fôlego em relação a 2012, quando tinham subido 2,2% e cerca de 3% em 2006 e 2007.

O crescimento de renda global foi puxado nos anos recentes pelos países emergentes ou em desenvolvimento, onde salários reais têm crescido desde 2007. Mas há disparidades regionais. Enquanto a renda real alcançou em 2013 6% na Ásia, e perto de 6% na Europa do leste e Ásia Central, correspondeu a menos de 1% na América Latina e no Caribe. no G20 a renda subiu 5,9% no ano passado.

— A média dos salários na América Latina subiram em 18% em termos reais desde 2000. É um aumento substancial, quando comparado com o crescimento salarial de cerca de 6% do mesmo período nas economias desenvolvidas. Crescimento econômico mais forte e sistemas de salário mínimo contribuíram para essa conquista considerável. Em 2013, o crescimento salarial desacelerou, mas permanece positivo, mas a perspectiva é um tanto incerta — afirma Patrick Belser, economista sênior da OIT.

DIFERENÇA SALARIAL ENTRE HOMENS E MULHERES PODERIA SER REVERTIDA

De acordo com o relatório, em países como Brasil, Lituânia, Rússia, Eslovênia e Suécia, a desigualdade salarial de gênero poderia ser revertida se não houvesse discriminação salarial em relação a mulheres. Segundo o relatório, ele poderia quase desaparecer em cerca de metade dos países desenvolvidos que fazem parte da amostra.

— Isto pode ser devido ao alto nível de discriminação no mercado de trabalho, mas também poderia estar ligada aos dados estatísticos, ou outras questões que não são imediatamente óbvios e fáceis de entender. É preciso aumentar o foco sobre esta questão e entender melhor o que está por trás da disparidade salarial entre homens no Brasil, de modo a resolver esta questão de forma adequada — afirma Belser.

A desvantagem salarial mulheres que são mães e outras que não são também foi destaque no relatório. No México, trabalhadoras mães podem ganhar cerca de 33% menos que “não-mães“, enquanto que na Rússia, essa diferença é de 2%.

Na Europa, em 2010, os 10% mais pobres de trabalhadoras mulheres ganhavam cerca de €100 menos por mês que os 10% mais pobres entre os homens. Entre as 10% mais ricas, o ganho era perto de € 700 por mês menor que os 10% de homens mais ricos. A tendência foi similar em 38 países.

O salário mínimo também foi elogiado no relatório como uma ferramenta eficaz para a redução das disparidades salariais, assim como a criação de vagas, assim como o imposto progressivo e a política de transferência de renda. Agência Globo



0 Comentários:

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração