Mas a seleção das perguntas pelo G1 foi extremamente favorável ao tucano, quase tudo sobre assuntos que ele já fala em campanha.
Mesmo assim, entre as perguntas selecionadas sob medida para o tucano, duas foram sobre temas que ele não gosta de falar. Mas foram suavizadas pelo entrevistador. Na prática, para funcionar como "vacina", para o eleitor ir se acostumando, já que os assuntos aparecerão em debates.
Uma pergunta foi sobre os dois pesos e duas medidas no julgamento do mensalão. Na maior cara-de-pau Aécio disse que os casos foram diferentes, como se isso justificasse um julgamento ter andado e outro não, caminhando para a impunidade.
Outra pergunta foi sobre o aeroporto, e aí o óleo de peroba brilhou mais ainda na testa do tucano.
Apesar da pergunta ser suave, dizendo apenas para ele explicar o caso e por que demorou 10 dias para admitir que usou o aeroporto, Aécio se enrolou todo. Repetiu que só asfaltou a pista, coisa que já foi desmentida por documentos, e repetiu a estória esfarrapada de que Cláudio (SP) seria uma potência em tráfego aéreo que não poderia ser atendida pelo aeroporto de Divinópolis a 30km de distância.
Quanto aos 10 dias de demora para admitir o uso, sua resposta foi mais desastrosa ainda. Disse que não havia respondido às dezenas de vezes em que foi perguntado por repórteres se usou o aeroporto, porque tinha que responder primeiro só sobre a desapropriação das terras do tio, como se uma pergunta impedisse a outra.
O jeito cara-de-pau de responder, todo risonho, não convenceu nem quem se esforça para tentar acreditar nele.
O Aécioporto, além do caso de patrimonialismo familiar, dá um nó no discurso do tucano. Se ele defende tanto as privatizações, por que então estatizou o aeroporto privado que era propriedade do tio? E ainda por cima para seu uso particular?
Preguiça de trabalhar sobre vários problemas
Outra resposta bizarra foi sobre extinção de ministérios. Disse saber "aproximadamente" o número de ministérios que irá cortar, mas ainda não sabe dizer quais serão. E isso faltando dois meses para as eleições.
Para piorar, disse que decidiu o número de ministérios por conta de estudo estatístico de uma Universidade estadunidense sobre o número de ministérios de países desenvolvidos. Isso sem levar em conta as particularidades de cada país e, sobretudo, sem pensar com o olhar nas necessidades brasileiras.
O tucano ainda ressuscitou a ideia que não deu certo do governo Collor de unificar transportes, minas e energia, comunicações em um único ministério da infra-estrutura.
De concreto, só disse que acabaria com o ministério da pesca, segundo ele, porque o ministério da agricultura precisava ser fortalecido! Alguém entendeu como enfraquecer a pesca poderia fortalecer o plantio e a pecuária? O ministério da pesca surgiu no início do governo Lula, simplesmente porque o Brasil tem uma costa marítima gigantesca chamada de Amazônia Azul, maior até do que a área agricultável, e que cuja atividade econômica era subutilizada.
O que Aécio parece é ter preguiça de trabalhar com muita gente. Já pensou ter que dar audiência a vários ministros, tratar de vários problemas? Para quem não é muito chegado a trabalhar muito, sente-se mais confortável jogar todo mundo para segundo ou terceiro escalão, e deixar para meia dúzia de ministros decidir por ele. Assim sobraria mais tempo para ir para ao Rio de Janeiro e para Cláudio.
1 Comentários:
Deve ter conseguido o produto com seu amigo catão dos Pinhais.
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