O promotor de Justiça Roberto Bodini descarta neste momento investigar outros servidores públicos (tanto da gestão Gilberto Kassab (PSD) quanto na do sucessor Fernando Haddad (PT) frente à Prefeitura de São Paulo) que não os quatro presos na última quarta-feira suspeitos de cobrar propinas de construtoras para liberar a guia de quitação do Imposto Sobre Serviço (ISS). O esquema teria desviado até R$ 500 milhões dos cofres do município.
O objetivo da Promotoria nos próximos dias é tomar depoimento dos três servidores que continuam detidos na carceragem do 77º Distrito Policial (Santa Cecília), na região central de São Paulo. Até o momento, apenas Luis Alexandre Cardoso Magalhães, liberado da delegacia na madrugada desta segunda-feira após não ter a prisão temporária prorrogada pela Justiça paulista, confirmou as suspeitas da investigação contra o grupo. O MP pediu, neste caso, que ele seja beneficiado pela delação premiada. A Justiça ainda não se pronunciou sobre o caso.
- A investigação serve para apurar um fato. E esse fato precisa ser delimitado no tempo e no espaço, e configurar crime. O objeto da minha investigação é a organização criminosa que fraudava o ISS. Isso vai de 2008, mais ou menos, ao final de 2012. E é este fato que nós vamos investigar nesse procedimento. Se há a menção de irregularidade ou crime praticados por outros servidores de alto escalão ou do mundo político, isso não pode ser inserido no meu procedimento, sob pena d'eu não terminar a minha investigação - disse Bodini, quando questionado sobre supostas irregularidades cometidas pelo secretário de Finanças de Kassab, Mauro Ricardo Machado Costa, e pelo secretário de Governo de Haddad, Antonio Donato.
Quanto ao primeiro, o promotor disse que ele sequer foi mencionado nas investigações como participante do esquema. O próprio Mauro Ricardo, no sábado, contou que mandou arquivar uma denúncia contra os quatro fiscais (Magalhães, Ronilson Bezerra Rodrigues, Eduardo Horle Barcellos e Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral) por falta de provas no ano passado.
Nesta segunda-feira, o MP ouviu novamente Vanessa, que, segundo o promotor Bodini, não apresentou fatos novos à investigação, mas “se mostra receosa”.
Na saída da sede do MP, ela disse estar com medo e afirmou querer que fosse feita Justiça. Luis Alexandre está com a guarda do filho que teve com Vanessa (o advogado dele alega que Vanessa tem problemas psiquiátricos e não tem condições de ficar com a criança), que também se apresenta como autora da denúncia contra o grupo.
Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral seria ouvido tanto na sexta-feira quanto nesta segunda-feira, o que não ocorreu, segundo o promotor, que não conseguiu resposta do advogado do servidor. As empresas objetos da investigação, com exceção da incorporadora Brookfield, que confirmou o pagamento de R$ 4 milhões numa conta ligada aos fiscais, também não foram ouvidas.
(As construtoras) não tiveram uma conduta pró-ativa. Mas a prioridade é outra, agora – disse, acrescentando que pretende ouvir os agentes presos antes de sexta-feira, que é quando vence a prisão temporária do trio.
1 Comentários:
Que ridículo isso. Tem que investigar até o fim. De que adiante prender os laranjas e deixar os mandantes soltos? Queremos JUSTIÇA!
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