Canal de TV de maior audiência da mídia corporativa peruana noticiou o encontro do presidente do Peru com a presidenta Dilma. Enquanto isso, no Brasil, a TV Globo dá mais um vexame jornalístico. O Jornal Nacional nem tocou no assunto, preferindo levar ao ar um jabaculê com interesses comerciais.
Humala quer importar programas sociais do Brasil como o Bolsa Família e o Farmácia Popular e está interessado na experiência brasileira de geração de empregos e proteção dos direitos trabalhistas. Temas para os quais a Globo costuma torcer o nariz. Políticas sociais de erradicação da pobreza e direitos dos trabalhadores costumam ser combatidos ferozmente nas linhas editoriais das organizações Globo. O pensamento reinante nas páginas do jornalão do grupo defende até um choque de aumento do desemprego como se fosse algum elixir milagroso do crescimento econômico. Foi esse mesmo pensamento que quebrou o Brasil três vezes no governo FHC e derrubou a economia brasilieira para a 13a. do mundo no fim do governo tucano. Felizmente Lula e Dilma recuperaram e elevaram para a sexta posição.
Mas o encontro Brasil-Peru foi muito além dos programas sociais. A principal pauta foi o desenvolvimento econômico de ambos os países através da integração sul-americana, com infra-estrutura de ferrovias, hidrovias, rodovias, redes de fibra óticas, além de trocas comerciais e cooperação técnológica.
Os números mostram que essa cooperação bilateral não é apenas discursos bonitos. Vem dando resultados robustos. A visita marcou os dez anos da Aliança Estratégica Brasil-Peru, que começou em 2003. O comércio bilateral cresceu quase seis vezes, passando de 650 milhões de dólares para 3,7 bilhões de dólares. Só nos primeiros meses deste ano, o crescimentio foi de 8,8% em relação ao ano passado. Como resultado dos acordos de 2003, a partir de janeiro de 2014, 85% dos produtos brasileiros terão imposto de importação zerado para entrar no Peru. O Brasil, por ter um parque industrial já consolidado e mais competitivo, zerou as tarifas de 98% dos produtos peruanos logo no primeiro ano de vigência do acordo.
Junto com a visita da presidenta, ocorreu o Foro Empresarial Brasil-Peru, reunindo 400 empresários dos dois países, para aproveitar oportunidades de investimentos mútuos. Assim como o Brasil tem o PAC, o presidente peruano tem projetos semelhantes de desenvolvimento petroquímico, energético, metrô, de ampliação de fronteira agrícola, de fibra ótica e de modernização de portos e aeroportos, entre outros.
Além disso o Peru é importador de muitos manufaturados brasileiros. O Brasil tornou-se seu terceiro parceiro comercial, ficando atrás apenas da China e dos EUA.
Outra decisão importante foi a eliminação das tarifas telefônicas de "roaming" internacional entre as cidades fronteiriças do lado do Acre e do lado peruano. Para a presidenta Dilma o acordo poderá servir de modelo para as nossas fronteiras em toda a América do Sul.
Com tudo isso, o JN preferiu esconder esta notícia do interesse de todos os brasileiros, e levar ao ar uma espécie de "jabaculê", ou seja, a divulgação comercial dentro do telejornal travestida de notícia, sobre as atrações anunciadas do festival de rock Lollapalooza que ocorrerá em São Paulo em abril de 2014.
Empresa de eventos da Globo fracassa e fecha as portas
Até agosto deste ano a empresa Geo Eventos é quem produzia este festival. Trata-se da empresa de eventos das Organizações Globo que entrou em crise, demitiu 40 pessoas pouco antes, em maio, e transferiu a produção do festival para a empresa T4f. Agora as organizações Globo comunicaram que a Geo Eventos fechará as portas no fim do ano.
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