Chefe de setor de manutenção da CPTM assinou aditamentos durante governos tucanos com empresas acusadas de propina.
O ministério Público Estadual (promotores escolhidos por governos do PSDB), já tinha dezenas de inquéritos sobre o escândalo tucano, (Alstom/ Siemens),mas estavam "sentados em cima". Foi preciso a Siemens tornar público toda a ladroagem para que os Procuradores abrirem os processos? A quem interessava a manutenção de todo esse escândalo escondidinho, como acontece ALESP, onde nenhuma CPI foi aberta nesses últimos longos 20 anos para apurar as falcatruas tucanas?. Como diria José Simão, tucanaram a corrupção. Corrupção do PSDB virou "caso Siemens" e propina virou "comissão para servidores"
Suspeito de receber propina em contas da Suíça, o ex-diretor de operações e manutenção da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos João Roberto Zaniboni assinou cinco contratos de aditamentos com as multinacionais acusadas de integrar o cartel de trens. Os acordos foram fechados pelo engenheiro entre outubro de 2000 e dezembro de 2002, nos governos tucanos de Mário Covas e Geraldo Alckmin.
Os aditamentos elevaram gastos da estatal em R$ 11,6 milhões, em valores da época, Na mesma ocasião, segundo o Ministério Público da Suíça, Zaniboni recebeu "numerosos pagamentos" que somaram US$ 836 mil na conta Milmar, de sua titularidade, no Credit Suísse, em Zurique.
Promotores e procuradores que rastreiam contratos de estatais paulistas avaliam que os extratos bancários indicam o primeiro caso concreto de corrupção na grande investigação sobre o alcance dos casos Alstom e Siemens - multinacionais sob investigação por formação de cartéis para obter a supremacia de licitações da CPTM e no Metrô, no período de 1998 a 2008.
Um dos aditamentos que Zaniboni subscreveu, em 20 de dezembro de 2002, fez subir em R$ 4,13 milhões contrato com a Alstom para prestação de serviços de revisão geral com fornecimento de materiais de 29 trens.
O valor original do contrato, que fora fechado em 21 de agosto de 1998, saltou de R$ 19,49 milhões para R$ 23,62 milhões, No mesmo dia em que aditou o contrato da Alstom, Zaniboni fez outros dois acordos, um com a Inepar e o outro com a Bombardier - o primeiro representou acréscimo de R$ 3,08 milhões, o segundo de R$ 3,13 milhões.
A investigação mostra o caminho da propina até a conta de Zaniboni. A Alstom fez depósitos na França em favor de duas offshores sediadas no Uruguai, controladas pelos irmãos Arthur Teixeira Gomes e Sérgio Meira Teixeira - suspeitos de terem agido como lobistas e consultores da multinacional.
Os aportes foram realizados entre 22 de setembro de 1999 e 20 de dezembro de 2002. Os ativos de Zaniboni têm origem em propinas que teriam sido pagas ao engenheiro antes dos aditamentos, diz o Ministério Público. "Foi possível comprovar no período entre maio de 2000 e dezembro de 2000 paeamentos isolados dos indiciados Gomes Teixeira e Meira Teixeira a tal João Roberto Zaniboni que foi, entre 1999 e 2003 diretor da CPTM, uma companhia estadual de São Paulo", diz relatório dos investigadores suíços.
Na semana passada, diante da força tarefa de promotores e procuradores, Zaniboni disse que o dinheiro em sua conta na Suíça tem origem em consultoria que alega ter prestado para os irmãos Teixeira. Ele não detalhou exatamente os serviços e afirmou que não possui cópias dos contratos de consultoria.
R$ 11,6 milhões em consultorias.
Defesa. O advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-diretor da CPTM, rechaçou a suspeita de propina e alega que Zaniboni não tem cópia dos acordos de consultoria, "Não teve contrato", para provar que recebeu R$ 11,6 milhões em consultorias. Siga nosso blog no Facebook
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