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sábado, 10 de agosto de 2013

Lucro da Petrobras supera expectativa e soma R$6,2 bi no 2º tri



A Petrobras teve no segundo trimestre lucro líquido de 6,201 bilhões de reais, valor acima das estimativas do mercado, com um crescimento da produção de combustíveis vendidos a preços maiores e uma mudança contábil que evitou perda bilionária pela alta do dólar. No mesmo trimestre do ano passado, a gigante estatal havia registrado prejuízo de 1,346 bilhão de reais. Analistas ouvidos pela Reuters esperavam em média um lucro líquido de 5,08 bilhões de reais no segundo trimestre. Com utilização de 99 por cento da capacidade de refino, a petroleira atingiu receita de vendas de 73,627 bilhões de reais, um aumento de 8,2 por cento em relação ao mesmo período do ano passado e de 2 por cento ante o primeiro trimestre, informou a companhia brasileira nesta sexta-feira. 

 O lucro operacional no segundo trimestre de 2013 totalizou 11,1 bilhões de reais, mais que o dobro do verificado no mesmo período do ano passado, e 13 por cento maior que o registrado no primeiro trimestre. "Este crescimento (em relação ao 1º tri) é explicado pelo efeito do aumento dos preços de diesel e gasolina ocorridos ao longo do 1T13, pela maior produção desses derivados em nosso parque de refino, pelos ganhos com as operações de desinvestimento no exterior...", afirmou a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, em nota, citando ainda resultados da otimização de custos operacionais. O lucro operacional foi reforçado por venda de participações em ativos na África, por 1,5 bilhão de dólares, em junho.


 Com foco na produção no Brasil, a estatal reduziu sua atuação internacional de 23 para 17 países nos últimos 12 meses. O lucro líquido no período de abril a junho, no entanto, caiu 19 por cento ante primeiro trimestre, por impacto da depreciação cambial sobre dívida líquida, resultado que foi parcialmente compensado por alta do lucro operacional, disse a empresa em comunicado. Diante da valorização do dólar frente ao real, a Petrobras estendeu, no último trimestre, a Contabilidade de Hedge para proteção de exportações futuras. A nova contabilidade permitiu "que perdas cambiais de 8 bilhões reais, relativas à cerca de 70 por cento do endividamento líquido exposto à variação cambial, fossem contabilizadas no patrimônio líquido", evitando uma verdadeira sangria no resultado na empresa. As perdas, em vez de serem contabilizadas de uma só vez no resultado trimestral, serão transferidas para o resultado à medida que as exportações forem realizadas, diluindo o impacto da variação cambial sobre os resultados trimestrais. Mas mesmo com a nova contabilidade, a empresa teve uma despesa financeira líquida de 3,551 bilhões de reais com a depreciação cambial sobre o seu endividamento líquido.

 EBITDA TURBINADO 

 Paralelamente, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) atingiu 18,481 bilhões de reais, um salto de mais de 80 por cento sobre o resultado alcançado um ano antes. O Ebitda veio acima da estimativa média do mercado, de 16,126 bilhões de reais. Os reajustes nos preços do diesel e da gasolina ocorridos desde junho de 2012 e o maior processamento nas refinarias colaboraram para redução do prejuízo da divisão de Abastecimento, que caiu para 2,5 bilhões de reais no segundo trimestre, ante perdas de 7 bilhões de reais no mesmo período do ano passado.

 QUEDA NAS IMPORTAÇÕES

 A redução das importações de derivados, num momento em que o dólar alto encarece estas operações, e menores custos também de aquisição de petróleo, devido à queda das cotações internacionais, colaboraram para o resultado da companhia e uma melhora do resultado da divisão de Abastecimento. As importações de derivados da Petrobras recuaram quase 32 por cento no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 261 mil barris por dia. Já as importações de petróleo passaram a superar recentemente as exportações e a empresa deixou de ser superavitária no comércio externo de petróleo. A produção média de óleo ficou em linha com as previsões da empresa, somando 2,555 milhões de barris ao dia, em média, e praticamente estável em relação aos volumes produzidos no mesmo trimestre do ano passado e no primeiro trimestre deste ano. Já a produção de derivados subiu de 2 milhões de barris por dia no segundo trimestre de 2012 para 2,13 milhões de barris no último trimestre.

 CUSTOS E INVESTIMENTOS

 O custo de produção por barril da Petrobras cresceu cerca de 13 por cento em um ano. O chamado "lifting cost" (custo de extração), descontando-se a participação do governo brasileiro, passou de 13,28 dólares no segundo trimestre de 2012 para 15,02 dólares no mesmo período de 2013. Em relação primeiro trimestre, o aumento foi de 2 por cento, refletindo "custos das entradas em operação do FPSO-Cidade Itajaí; do TLD do FPSO Cidade de São Vicente, do FPSO Cidade de Paraty, do retorno do campo de Frade,além dos maiores gastos com pessoal decorrentes da revisão atuarial dos planos de pensão e saúde, conforme relata a estatal. 

 As novas plataformas permitirão à estatal elevar a produção, o que deve ocorrer a partir do segundo semestre, segundo executivos da companhia e analistas de mercado. Os investimentos da Petrobras no primeiro semestre somaram 44,113 bilhões de reais, um aumento de 14 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. Do total, a petroleira investiu 54 por cento (24 bilhões de reais) em atividades de exploração e produção e 33 por cento (14,4 bilhões de reais) em refino.

 Os investimentos foram direcionados à "capacidade produtiva, à modernização e ampliação do parque de refino e à integração e expansão de nossos sistemas de transporte, através de gasodutos e sistemas de distribuição", segundo a estatal. Já o endividamento líquido da Petrobras cresceu 19 por cento no primeiro semestre, alcançando 176,280 bilhões de reais em 30 de junho. A alavancagem, relação entre o endividamento e patrimônio líquido, ficou em 34 por cento, três pontos percentuais acima do registrado no final do ano passado. O índice de dívida líquida/Ebitda ajustado caiu para 2,57 vezes, ante 2,77 vezes no final do ano passado. (Reuters) Siga o Facebook do nosso blog aqui  

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