O recente projeto de levar programas sociais brasileiros, como o Bolsa Família, foi interrompido
A cooperação, assinada durante a visita do então presidente Mohammed
Mursi ao Brasil, em maio passado, foi interrompida, menos de dois meses
depois, pela abrupta queda do líder egípcio, seu principal entusiasta.
Com o golpe militar que tirou Mursi do poder, ficam suspensos também
projetos de cooperação comercial, e empresários acompanham com atenção a
evolução política no Egito --segundo principal mercado do Brasil no
Oriente Médio, atrás apenas da Arábia Saudita.
"Vamos ter que esperar até que o Egito e o seu povo tenham tempo para um
rearranjo institucional, que a gente espera ser democrático. No
momento, esse é um processo muito complicado e extremamente nebuloso
para que se tomem decisões de política exterior", afirma o enviado do
Brasil para o Oriente Médio, Cesário Melantonio Neto.
O memorando assinado em maio previa o intercâmbio de técnicos para
compartilhar a metodologia dos programas brasileiros. O processo foi
abortado antes mesmo de começar.
"Neste momento, fica difícil levar adiante coisas concretas, porque não
se sabe quem vai ser o interlocutor do outro lado", observa o porta-voz
do Itamaraty, Tovar Nunes.
Na visita ao Brasil, Mursi manifestou um especial interesse no funcionamento do Bolsa Família.
O Egito enfrenta atualmente um desemprego de mais de 13% e a faixa da população abaixo da linha de pobreza supera os 25%.
O programa, teria de ser reajustado para atender às demandas e às características do país.
.
O governo brasileiro, contudo, diz acreditar que o "conteúdo da
cooperação" vai interessar a qualquer governo democrático que venha a
ascender no Egito pós-Mursi.
"Muitos partidos do Egito têm grande interesse no Brasil. Os acordos
permanecem, já estão assinados, apesar de ainda ser muito cedo para
saber o que vai acontecer adiante", diz o embaixador do Brasil no Cairo,
Marco Antônio Brandão.
Também foi suspensa a missão de empresários brasileiros ao Egito
anunciada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
durante encontro com Mursi, em maio, e prevista para ocorrer no segundo
semestre.
Segundo Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da
Fiesp, não houve nem sequer tempo de fazer as reuniões para definir as
áreas de interesse das empresas brasileiras
"Seria uma missão mais objetiva, muito centrada no interesse das
empresas aqui. Mas, em vista do que está acontecendo, realmente não há
clima", afirma.
Mais de 90% do fluxo comercial de US$ 3 bilhões entre os dois países é
representado por exportações brasileiras --em sua maioria carnes, milho,
açúcar e minério de ferro.
Grandes empresas brasileiras, como Marcopolo, Camargo Corrêa --ambas com
fábricas no país-- e Randon já estão instaladas no Egito, mas Mursi,
durante a visita, pediu mais investimentos em indústria, defesa e
turismo.
Além de reafirmar o interesse expressado por Mursi, contudo, caberá ao
novo governo do Egito oferecer ainda mais atrativos diante da
instabilidade política.Com informações da Folha
1 Comentários:
Em vez de o brasil firmar parceria com quem pouco conhece, deveria estar preocupado em defender sua nação que esta sendo copiada, espionada,vigiada e ate roubada pelos abutres americanos, como poderemos ter orgulhos de uma democracia manipulada por inimigos?
há mais de 10 anos espionados e o nosso pais no big brother para especuladores.
Assim não dá!!!
QUEREMOS RETRATAÇÃO CONVINCENTE DO GOVERNO AMERICANO, E EXPLICAÇÃO NO MESMO NIVEL DO GOVERNO BRASILEIRO.
ATE QUANDO VAMOS CONTINUAR RASTEJANDO PARA ESTA GENTE?
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