O
Brasil viveu uma radical mudança em qualidade de vida, distribuição de
renda e educação entre 2000 e 2010. Os desafios pela frente ainda são
grandes, mas as conquistas dos últimos anos mostram que o país caminha
no rumo certo. Os dados que referendam essas afirmações estão no Atlas
do Desenvolvimento Humano no Brasil, lançado nesta segunda-feira (29),
em Brasília, pelo PNUD, o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento.
Na semana passada, em Salvador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva já havia falado sobre a importância de reconhecer as conquistas e
continuar avançando. “Tem gente querendo fazer com que as pessoas
esqueçam o que fizemos nos últimos dez anos”, afirmou Lula no começo de
seu discurso em comemoração pelos 10 anos de governo democrático e
popular. “Nós temos o direito de reivindicar tudo que falta, mas temos a
obrigação de reconhecer tudo que conquistamos”, completou.
O Atlas 2013 mostra que cerca de 74% dos municípios brasileiros (ou
4.122 deles) se encontram nas faixas de Médio e Alto Desenvolvimento
Humano.
O trabalho pela frente ainda é grande, cerca de 25% deles (ou
1.431 municípios) estão nas faixas de Baixo e Muito Baixo
Desenvolvimento Humano. Ainda mais reveladora é a comparação com os
dados da série histórica. Em 1991, 99,2% dos municípios brasileiros
estavam nas faixas de IDH de Baixo e Muito Baixo desenvolvimento. Em
2000, 71,5% dos municípios, bem mais de dois terços do país,
encontrava-se na mesma situação. Dez anos depois, esse número havia
baixado para 25,2%, porcentagem menor do que a dos municípios no extremo
oposto, de Alto e Muito Alto Desenvolvimento, que faziam 34,7% do país.
Os dados refletem a evolução apresentada pelo IDHM do Brasil nas duas
últimas décadas, ao sair da faixa de Muito Baixo (0,493) em 1991 para
Alto (0,727) em 2010. Esta evolução sinaliza também que o país está
conseguindo, aos poucos, reduzir as disparidades históricas de
desenvolvimento humano entre os municípios das regiões Norte e Nordeste e
aqueles localizados no Centro-Sul.
Apesar da evolução neste quadro, a análise por regiões mostra que o
Nordeste ainda tem a maioria de seus municípios no grupo de Baixo
Desenvolvimento Humano (61,3%, ou 1.099 municípios), enquanto no Norte
eles somam 40,1% (180 municípios) nesta categoria. Pelos dados atuais,
0,8% dos municípios do Brasil (44 deles) faziam, em 2010, parte da faixa
de Muito Alto Desenvolvimento Humano e 33,9% estavam na faixa de Alto
Desenvolvimento.
Educação foi o indicador que mais melhorou
O item educação foi o que mais melhorou no acompanhamento do PNUD
(128%), mas é também aquele que apresenta menor valor absoluto do IDHM
(0,637 em 2010, contra 0,279 em 1991). Pelos dados reajustados, em 1991,
apenas três municípios (de um total de 5.565) estavam acima da faixa
mais baixa de desenvolvimento humano em educação. Em 2000, a situação
havia mudado sensivelmente no Sudeste e no Sul, mas continuava idêntica
na maior parte do Brasil. O mapa de 2010 mostra a mudança em todas as
regiões do país, puxada principalmente pelo aumento do fluxo escolar de
crianças e jovens (156%).
Alguns dados de educação (entre 1991 e 2010):
- População adulta com ensino fundamental concluído passou de 30,1% para 54,9%
- Crianças de 5 a 6 anos frequentando a escola passou de 37,3% para 91,1%
- Jovens de 11 a 13 anos nos anos finais do fundamental passou de 36,8% para 84,9%
- Jovens de 15 a 17 anos com fundamental completo passou de 20% para 57,2%
Porém: 40% dos jovens nesta faixa ainda não têm fundamental completo
- Jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo passou de 13 para 41%
Ou seja: a maioria destes jovens ainda não possui médio completo
Leia também:
Matéria completa no site da ONU no Brasil
3 Comentários:
Como dizia minha avó, burro tem saudade da cangaia. Dai se explica pq alguns se cansaram da estabilidade do pais e querem o caos para afastar o tédio
Quais são as fontes desses dados? Tem como disponibilizar?
Desculpa, já vi aqui o link da ONU. Obrigado.
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