Em visita à Serra Talhada (PE), para inaugurar a adutora de Pajeú, liberar verbas para Pernambuco e entregar ônibus escolares e retroescavadeiras para prefeitos da região, a presidenta Dilma e o governador Eduardo Campos (PSB-PE) estiveram juntos em um evento público pela primeira vez, desde que Campos colocou seu nome como presidenciável.
Quem assistiu os discursos e o clima geral da cerimônia viu Dilma candidata natural à reeleição, e Campos candidato natural ao Senado por Pernambuco em 2014. Seu próprio discurso confirmou isso.
Campos incluiu algumas frases sutis em seu discurso para não sinalizar aos meios políticos e empresariais que desistiu da candidatura presidencial, mas mostrou toda a dificuldade em expor-se como "alternativa independente". Campos elogiou Lula e Dilma. Enalteceu a boa relação com o governo federal e as conquistas produzidas, evitou qualquer crítica (mesmo que subliminar) ao governo Dilma, não entrou em temas nacionais, se limitando a falar como representante de Pernambuco. Para complicar, o ministro da Integração, Fernando Bezerra (PSB-PE), é indicação de Campos ao governo Dilma. E Dilma, em seu discurso, também o tratou como alguém que estará em seu palanque em 2014, junto com Lula.
Ora, que espaço sobra para uma candidatura asfixiada por ter sido tão aliada, desde 2006, a não ser a pecha de traidora e vira-casaca para os demotucanos? Como Campos, caso se candidate a presidente, vai continuar elogiando Lula, enquanto Lula estará no palanque de Dilma, dizendo que a melhor candidata para continuar o que vem sendo feito desde seu governo é ela? E como Campos vai criticar o governo Dilma? Como vai criticar algo no Ministério da Integração, se foi ele quem indicou o ministro?
Isso mostra a dificuldade de construir um discurso e uma candidatura viável. Campos, fatalmente, perderia o bonde do lulismo, e entraria no caminho do precipício da oposição, sem volta para 2018, transformando-se em outro José Serra (PSDB-SP).
Campos vai continuar alimentando seu nome como presidenciável, nem que seja para "valorizar o passe" na hora de negociar apoios regionais com o PT para o PSB em 2014. Mas está claro que só uma catástrofe improvável no governo Dilma viabilizaria sua candidatura presidencial. Mas nem isso parece favorecê-lo, porque, neste caso, o candidato do PT voltaria a ser Lula.
Por coincidência, hoje, na coluna Panorama Político, de Ilimar Franco, saiu uma nota indicando problemas dentro do PSB com a suposta candidatura própria:
Em compasso de espera
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O governador Eduardo Campos (PSB), que ontem esteve com a presidente Dilma em Serra Talhada (PE), só vai decidir sobre sua candidatura à Presidência no ano que vem. Aos políticos e empresários que conversaram com ele, tem afirmado claramente: “Se eu for candidato é para ganhar as eleições. Não será para preparar 2018. Nunca fiz eleição teste”.
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Rebeldia contra o exclusivismo
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Integrantes da cúpula do PSB asseguram que a candidatura de Eduardo Campos só existirá “se o governo Dilma chegar envelhecido na eleição, num país que não cresce e sem projeto futuro”. Os socialistas estão pasmos com a “atitude raivosa do PT, que acirra ânimos, como se negasse aos aliados o direito de participar do debate político sobre o país”. Seus dirigentes também perguntam sobre a atitude do PT com os aliados nas eleições regionais: “Os petistas vão compor com os aliados ou vão querer promover um acerto de contas, usando como álibi desacertos do passado?”.
2 Comentários:
E o Jornal Nacional nada falou sobre este assunto.
sou pernambucana e votei no eduardo campos para governador nao pelo eduardo campos em si mais sim pelo presidente lula que o apoiou incondicionalmente e que deu muita margem para que o eduardo fizesse um governo voltado para ajudar aos pernambucanos mais carentes e foi isso o lula investiu e trabalhou para o bem do brasil e de seu povo e realmente ajudou muito ao seu estado natal PE,se o eduardo campos for um politico consciente sabe sim que o seu governo teve a maior ajuda do governo do lula e se o eduardo campos tiver mais juizo ainda deveria sair candidato a senador pois a vaga do jarbas seria do eduardo,pois o desejo do jarbas para que o eduardo campos rompa de vez com a dilma e justamente por isso para o eduardo campos ser candidato a presidente e nao a senador pois assim o jarbas disputaria novamente o cargo de senador pois o jarbas sabe que a dilma ta muito bem cotada para a reeleiçao ai e por isso que o jarbas ta tentando jogar o eduardo contra a dilma mais o apoio do jarbas nao leva a lugar algum pois nessa ultima eleiçao para vereador o jarbas nao conseguiu se quer eleger o seu filho vereador.
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