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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
A "ação controlada" do PGR sobre Renan Calheiros
O Procurador-Geral da República (PGR), Roberto Gurgel, declarou ter "sobrestado", ou seja, paralisado a Operação Vegas da Polícia Federal para fazer uma "ação controlada". Porém uma ação controlada exigiria devolver o processo à Justiça Federal de Goiás para prosseguir em sigilo a investigação sobre as pessoas da organização do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o que não foi feito.
Agora o PGR apresentou denúncia contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), mas só após ter segurado por dois anos. O inquérito foi aberto em agosto de 2007 e estava parado desde fevereiro de 2011 nas mãos de Gurgel. Alegou falta de tempo.
Independentemente de fazer juízo de valor sobre intenções, os fatos mostram que, coincidência ou não, essa falta de tempo foi providencial para exercer uma "ação controlada" sobre os votos de Renan no Senado a favor de Gurgel. Não se trata de uma ação controlada como é conhecida nos meios policiais e jurídicos, e sim uma ação de controle político.
Em 3 de agosto de 2011, o então líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, orientou a bancada de senadores peemedebistas (a maior) a votar pela aprovação da recondução de Gurgel ao cargo de Procurador-Geral. Foi reconduzido com 56 votos a favor e apenas 6 contra.
Depois, durante o ano de 2012, eclodiu a CPI do Cachoeira. Um dos temas para a CPI era descobrir porque o PGR havia "sobrestado" a Operação Vegas, interrompendo as investigações de uma forma anormal e fora das regras do Ministério Público. A CPI ficou rachada. Parte queria investigar Gurgel, como uma obrigação republicana para fazer a coisa certa. Outra parte queria blindá-lo, como se faz um favor ao PGR, afinal muitos parlamentares encalacrados com a Polícia Federal estão com a espada da Procuradoria sobre suas cabeças. O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG) chegou a indiciar Gurgel em sua primeira versão do relatório final. O PMDB de Renan não aceitou e exigiu retirar o indiciamento de Gurgel para aprovar (mesmo assim, o PMDB acabou fechando outro acordo com os tucanos para votar contra o relatório de Odair Cunha). Mas o fato é que Renan acabou participando de uma "ação controlada" na CPI para blindar Gurgel.
Passada a votação no senado pela recondução em 2011 e encerrada a CPI em 2012, com os votos de Renan favorável a Gurgel já consumados, o PGR não tem mais nada a perder politicamente no Senado ao denunciá-lo e, coincidentemente, tornou-se o momento de denunciá-lo. Se a denúncia for fundamentada, a pergunta que não quer calar é: Por que ficou "sobrestada" por dois anos?
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7 Comentários:
Esse gurgel parece o escorpião da fábula...
O Sr. Gurgel envergonha a Procuradoria Geral da República. O que se pode fazer para que não se tenha mais "engavetadores" da República? Já passou da hora desse senhor deixar o cargo. Além de Engavetador é também o Prevaricador da República. Lamentável!
Pergunta que não quer calar 2, Quem é o chefe do brindeiro???
ora se o senhor procurador aceita investigar o senador renan calheiros deveria tambem aceitar denuncias contra os politicos do psdb que tem seus nomes supostamente envolvidos com o valerio,para que em fim seja investicado e se necessario logo julgado o mensalao tucano de minas gerais,para que de fato a justiça nos faça acreditar que em se tratando de mensalao julga todos por igual,paz e consciencia a todos nos.
ou seu gurgel ja que o senhor podera investigar o renan faça o seguinte tambem investigue os politicos do psdb de minas gerais que tem seus preciosos nomes meio que envolvidos com o valerio e com o mensalao mineiro,um feliz brasil a toda naçao.
ja que pode ser que o senhor procurador da republica pode investigar o renan calheiros,pela misericordia aqui vai ser feita uma pergunta chave:quando e que em fim o senhor roberto gurgel vai investigar os politicos do psdb mineiro envolvidos no mensalao tucano e quando em fim o stf julga o mensalao tucano de minas gerais?
Tudo isso é porque o Renan é candidato à Presidência do Senado. Cá pra nós, esse mau-caráter (PGR) está extrapolando o limite tolerável. Cacete nele!
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