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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Folha ainda não joga a toalha. Datafolha tenta salvar Serra.

O jogo eleitoral em São Paulo está pesado, o que é previsível em se tratando de eleição onde participa o tucano José Serra.

Os jornalões tem carregado em manchetes negativas panfletárias contra o candidato a prefeito Fernando Haddad (PT), para tentar levar Serra ao segundo turno.

Um colunista da Globo tinha informações, vinda do PSDB, de que Haddad havia ultrapassado Serra no tracking (consulta por telefone sobre intenção de votos).

O coordenador de campanha de Haddad, Antônio Donato (PT), concedeu entrevista ao Viomundo e disse que na quarta-feira o tracking do PT dava Haddad com 2 pontos na frente (18 x 16).

Agora, o Datafolha, dos donos do jornal demotucano Folha de São Paulo, arruma uma pesquisa com Russomanno tendo 35%, Serra 21%, e Haddad 15%. Ou seja, coloca Serra subindo 1 ponto e Haddad caindo 2 pontos em relação ao último Datafolha. Ah, a rejeição de Serra nesta pesquisa está em 44%.

Os números em si, ainda que se acreditasse neles, nem seriam propriamente ruins para Haddad, pois Serra estaria estacionado no patamar de 20%, e Haddad em seu encalço, com amplas possibilidades de ultrapassá-lo, pois o fato de ninguém estar subindo muito agora mostra que boa parte do eleitorado irá decidir na reta de chegada, movimento que deve começar de forma acentuada daqui a uma semana, quando faltará 10 dias para a eleição. E a decisão será por candidatos que representem uma mudança em relação a atual gestão de Serra-Kassab. Quem não se decidiu até agora por Serra, 100% conhecido, é porque não votará nele, logo Serra ou cai ou empaca nesse patamar. Já Haddad ainda tem muito espaço para dar uma arrancada, porque o eleitorado ainda está o observando para decidir.

Além disso, poderia até haver alguma oscilação negativa sim, entre os eleitores que se informam pelo PIG, pois o julgamento do "mensalão" sempre acaba trazendo algum desgaste, apesar de insuficiente para decidir a eleição, e Serra está jogando todas as suas fichas, inclusive no horário eleitoral, para trazer o julgamento para o centro da campanha, apesar de Haddad não ter nada a ver com aqueles episódios de 2005.

Só que o efeito será o mesmo daquela exploração que Serra fez em 2010 contra Dilma. Num primeiro momento Serra se beneficia do desgaste do adversário. Só que, imediatamente a seguir, o feitiço volta-se contra o feiticeiro, pois Serra tem um telhado de vidro enorme, para querer pautar as eleições com escândalos. Ele tem a Privataria Tucana nas costas, é réu por improbidade administrativa, por rombo nos cofres públicos favorecendo o Banco Econômico, tem os esqueletos no armário do Ministério da Saúde (ambulâncias, operação vampiro, genéricos Cachoeira), o Aref, o Paulo Preto, o rodoanel, licitações combinadas do Metrô, e o escândalo da merenda escolar, a parceria com o Arruda, seu partido tem o mensalão tucano, e tem a Controlar do Kassab.

Enquanto isso, Haddad nunca teve seu nome envolvido em nenhum escândalo, e qualquer que seja o resultado do julgamento, poderá usar o mesmo argumento que Lula usou em 2006, e que é verdade: com o PT no governo, não há engavetamento, nada é varrido para baixo do tapete, não acaba em pizza e nem há impunidade (pode até haver é o contrário: injustiça no judiciário com alguns que são punidos por mera presunção de culpa, sem provas).

Serra é incorrigível. Ele não sabe agir de outra maneira que não seja fazendo campanha de baixarias contra os adversários, em vez de convencer o eleitor por suas virtudes (se tivesse). De certa forma facilita as coisas para os adversários, pois cerca de 80% do eleitorado nem precisa mais ser convencida a não votar no tucano, o trabalho de campanha passa a ser restabelecer a verdade dos fatos contra as baixarias e seguir em frente fazendo chegar a mensagem de que é só deixar São Paulo sob nova direção, que é possível uma cidade muito melhor do que este caos deixado por Serra-Kassab.

1 Comentários:

Anônimo disse...

As virtudes do Serra, se é que um dia as teve, ele obrou prazeirosamente nas privadas da política. Seus prazeres e virtudes afloraram naqueles momentos, quando lia sua biografia de homem público nas páginas do Privataria Tucana.

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