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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ainda não acabou, Demóstenes

Procurador de carreira, o ex-senador goiano Demóstenes Torres (ex DEM) deverá enfrentar um procedimento disciplinar quando retornar ao cargo no Ministério Público de Goiás, do qual estava licenciado desde 1999. Ontem, ele foi ao órgão, onde encaminhou pedido para voltar.

Em nota divulgada na tarde de quarta-feira, a Corregedoria-Geral do Ministério Público informou que aguardava apenas a publicação da decisão do plenário no Diário do Senado para instaurar um procedimento disciplinar a fim de apurar se Demóstenes cometeu eventual falta funcional.

Nenhum procedimento foi instaurado até então porque as acusações e suspeitas contra o ex-senador não atingiram sua atuação como membro do Ministério Pú- blico. A decisão do plenário está publicada na edição de ontem do Diário do Senado.

Acusado de ter beneficiado a organização criminosa comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, Demóstenes teve o mandato cassado na última quarta-feira por quebra de decoro parlamentar. Foram 56 votos contrários à permanência dele no cargo, contra 19 favoráveis e 5 abstenções.

Ele só poderá voltar a disputar eleições em 2027.

Nome já esta na porta

O nome de Demóstenes já está na porta da 27ª Procuradoria de Justiça, que é para onde ele deve voltar quando reassumir o cargo de procurador. Ele receberá um salário de R$ 22 mil, sem considerar os benefícios do cargo de procurador.

Além disso, mantido o vínculo com o Ministério Público de Goiás, Demóstenes continuará detendo foro privilegiado por prerrogativa de função, isso é, cadeia para Demóstenes, nem em senho. Assim, o processo do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Já se ele for desligado do ministério antes do julgamento, poderá ser julgado pela Justiça Federal em Goiás.O que duvidamos

A Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) também está apurando o suposto envolvimento do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, com o grupo de Carlinhos Cachoeira. O procurador é irmão de Demóstenes.

Visita ao irmão

Demóstenes esteve no Ministério Público, na tarde de ontem, para protocolar seu retorno ao cargo. Ele ficou no prédio por cerca de 30 minutos e visitou a sala do irmão Benedito.

Minutos depois da visita de Demóstenes, o nome dele já era afixado na porta da procuradoria. Demóstenes, que terá direito a dois assessores, pediu cinco dias úteis de folga para preparar a volta.

O ex-senador estava afastado do cargo de procurador de Justiça desde 1999, quando aceitou convite do governador Marconi Perillo (PSDB) para ocupar o cargo de secretário de Segurança Pública. Em seguida, foi eleito senador pela primeira vez em 2002 e reeleito em 2010.

Mesmo cassado, ele terá plano de saúde vitalício do Senado, com limite de cerca de R$ 32 mil ao ano. Recebem o benefício ex-congressistas que ocuparam o cargo por mais de 180 dias. Demóstenes ficou nove anos.

SAIBA +

Os pertences de Demóstenes Torres que ainda estavam em seu antigo gabinete começaram a ser encaixotados ontem.

Ontem, em entrevista por telefone, o ex-senador confirmou que recorrerá da decisão do plenário do Senado no Supremo Tribunal Federal e afirmou que já tem um novo advogado para cuidar desse processo, já que Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, não concorda com o recurso.

"Já estou com um advogado. No momento oportuno eu falo", disse Demóstenes, por telefone

2 Comentários:

Anônimo disse...

Meu Deus do céu!...Que justiça é essa que condena e cassa um meliante do quilate do Demóstenes e ainda lhe afiança tantas beneces. Não... não existe democracia no no nosso país!... Existe sim a ditadura do justiça dos poderosos do poder econômico. Ai de nós simples mortais!.. Somos todos uns fodidos!...

Herminio disse...

Ora é cassado por corrupção do mandato que o povo lhe conferiu e após a cassação ele ganha um prêmio; retorna ao cargo que o levou ao senado, se fosse em outro pais o corrupto estaria atraz das grades.

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