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sábado, 9 de junho de 2012

#aUNEsomosNos - tuitaço UNE x Globo

As organizações Globo resolveram tratar a UNE (União Nacional dos Estudantes) como trata o MST, os sindicados, e qualquer organização considerada de esquerda. Faz um noticiário querendo dar ares de escândalo a problemas, às vezes pequenos, de formalidades, antes mesmo de apurar com profundidade. O instituto FHC já teve atrasos com prestação de contas, e contestação de valores. A prestação de contas da Fundação Roberto Marinho no uso de verbas públicas milionárias é uma caixa preta, sem qualquer transparência, guardada em segredo, e mesmo quando investigada como no desdobramento da Operação Voucher da Polícia Federal no Ministério do Turismo, não merece uma linha no noticiário das Organizações Globo.

Por isso os internautas estão fazendo um tuitaço neste sábado com a hashtag #aUNEsomosNos contra a perseguição maliciosa das Organizações Globo.

A UNE tem 75 anos e passou a maior parte do tempo correndo e apanhando da polícia (inclusive com a repressão apoiada primeiro pelo jornalão e pela rádio Globo, e depois pela Rede Globo de TV). A UNE é relativamente novata em governança administrativa e contábil. É veterana na luta política.

Com a redemocratização e ascensão de parlamentares e governos de esquerda, passou a ser reconhecida como entidade que também pode desempenhar papel de agente social em políticas públicas em diversas áreas ligadas à juventude, como cultura, saúde, esportes, programas de inclusão social, defesa das riquezas nacionais e, obviamente, educação, dada sua tradição de mobilização e capilaridade na juventude.

Daí passou a ter acesso a convênios com entes governamentais e patrocínios, como outras entidades não governamentais tem (a exemplo da Fiesp, Fundação Roberto Marinho, etc), seja através de emendas de parlamentares, seja através de convênios públicos abertos a instituições legítimas que apresentem projetos, tais como fazer caravanas mobilizadoras da juventude, produzir bienais de cultura, eventos como congressos e seminários para discutir temas nacionais.

Normalmente o perfil da diretoria da UNE é combativo na política estudantil, da juventude e dos grandes problemas nacionais, e inexperiente e pouco ligada a questões administrativas de governança dos recursos. Por isso, até precisa continuar aprimorando bastante essa governança, tanto contábil como administrativa, principalmente quando os recursos começam a crescer, para evitar situações de prestação de contas com falhas e que gerem dúvidas nos órgãos de controle. E também evitar o assédio de aproveitadores de olho grande. Mas nada que mereça desacreditar a UNE, nem o papel que sempre representou e que pode representar.

Eis a nota oficial da UNE contra os ataques da Globo:

“Não nos intimidaremos. Pelo contrário, ampliaremos nossa luta pela democratização da mídia, por uma educação para todos e por um Brasil mais justo”, afirma a nota

Não nos causa espanto o ataque arquitetado por parte da imprensa conservadora contra a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o conjunto dos movimentos sociais. Primeiro, foi a revista Veja. Agora, é pelas páginas do jornal O Globo que a microfonia da mídia golpista tenta nos atingir. A UNE é alvo porque participa da luta democrática para romper o monopólio que meia dúzia de famílias exerce sobre a comunicação no Brasil. A UNE está na mira porque demonstra a necessidade de imediata regulação das responsabilidades dos meios de comunicação.

É importante deixar claro, em respeito a todos os que acompanham a nossa trajetória de 75 anos de vida, que a UNE não cometeu irregularidades e não é alvo de investigações de nenhum tribunal de contas. Se, o pedido de investigação feito pelo procurador do ministério público junto ao TCU apontar qualquer equívoco em nossa prestação de contas, – não há provas de que tenha ocorrido- será fruto de imperícia técnica, mas nunca de má fé.

Sobre um ponto da matéria publicada nesta sexta-feira, dia 8 de junho, pelo jornal O Globo, cobramos responsabilidade na veiculação e análise das informações e esclarecemos que a compra de alguns itens de vestuário foram feitas para a construção de instalações (artes visuais) e para o figurino de peças de teatro, atividades da Bienal da UNE, o maior festival estudantil da América Latina.

Sobre a compra de bebidas alcóolicas é necessário esclarecer que os valores referentes a estes itens constavam em algumas notas fiscais, mas não foram contabilizados como parte dos gastos com o dinheiro público. Ou seja, a UNE não usou dinheiro público para pagar esses itens. A montagem de camarins e uma intervenção artística sobre  a religiosidade afro-brasileira no qual se utilizava cachaça, búzios e velas foram compradas com o dinheiro privado da entidade.

Quanto a existência de notas fiscais supostamente irregulares, a UNE esclarece que o processo de contratação foi feito via pregão eletrônico, por meio da empresa “Terceiro Pregão”, especializada em licitações para o terceiro setor. A UNE cumpriu a sua parte contratual. Caso tenha ocorrido qualquer irregularidade por parte das empresas contratadas, a UNE apoia a  investigação do ocorrido e a adoção de medidas legais cabíveis.

A União Nacional dos Estudantes participa das políticas de financiamento público a atividades culturais, esportivas e educacionais desde 1999, sempre cumprindo todas as exigências técnicas de seus convênios. Parte das nossas prestações de contas já estão aprovadas, sendo que algumas se encontram ainda em análise pelos órgãos responsáveis. A UNE reafirma seu compromisso de zelo com os recursos públicos e, se comprovado qualquer tipo de imperícia técnica em qualquer prestação de contas, compromete-se a saná-las de acordo com o que lei determina, inclusive, se for o caso, com a devolução de recursos. Dessa forma, a UNE reafirma também o seu compromisso com o Erário, honrando seus 75 anos de vida.

Infelizmente, para as poucas famílias que exercem o monopólio da comunicação no Brasil, ser verdade ou não é apenas um detalhe. O que importa, para eles, é a versão, sempre comprometida com os interesses das elites dominantes. A UNE já enfrentou batalhas piores contra estes mesmos personagens, por exemplo,  durante a ditadura civil-militar. Esperamos que a Comissão da Verdade revele os responsáveis destas empresas pela cooperação com a tortura, o assassinato e outros crimes bárbaros cometidos pelo regime de exceção, assim como a luta contra a corrupção no Brasil revele as relações mantidas entre corruptores, como o bicheiro Carlinhos Cachoeira, e os donos destas mesmas empresas.

Como não nos intimidamos no passado, não nos intimidaremos agora. Pelo contrário, ampliaremos nossa luta pela democratização da mídia, por uma educação para todos e por um Brasil mais justo.

União Nacional dos Estudantes
08 de junho de 2012

1 Comentários:

Francisco Bezerra disse...

A UNE só tropeçou uma vez. E mesmo assim só descobriu o tropeço décadas mais tardes quando o seu ex-presidente Cerra (o jênio) deixou-se transparecer na sua essência ultradiritista. De resto a UNE somos nós, nossa força e nossa voz. Se é inmigo do jornalismo da vênus platinada é amigo do povo brasileiro. O povo não é bobo, abaixo a rede globo.

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