Senador Taques, quem é o ex-procurador enrolado com Cachoeira em Mato Grosso?

No inquérito 3430/STF da operação Monte Carlo, da polícia federal, aparece o seguinte diálogo:

No diálogo, o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO) marcam um jantar para tratar de "um caso" em Mato Grosso, na casa de um advogado que é ex-procurador, com a presença de um governador. O diálogo pressupõe que o governador seja de Mato Grosso, apesar de ser inconclusivo, pois o encontro pode ter acontecido em Brasília, e o governador pode ser de outro estado, com interesses em Mato Grosso, assim como o ex-procurador pode ser Geraldo Brindeiro, já identificado por receber pagamentos de empresas da turma de Cachoeira. Atribui-se que o pagamento é referente à parecer para negócios de loteria em Santa Catarina.

Mas como explicar esse diálogo referente a Mato Grosso, terra do senador Pedro Taques (PDT-MT)?

O senador, na reunião de hoje (31) da CPI do Cachoeira, acabou interditando a fala do deputado Silvio Costa (PTB-PE), de forma que Demóstenes Torres saísse de "fininho".

O gesto de Taques na CPI foi interpretado como uma blindagem à Demóstenes, promovida por Taques.

Como representante de Mato Grosso, o senador pedetista deveria pelo menos defender os interesses dos cofres públicos de seu estado, que pode ter sido atacado pela organização de Carlinhos Cachoeira. Em vez de blindar, deveria perguntar ao senador Demóstenes se ele, pelo menos, estaria disposto a esclarecer este diálogo, mesmo que seja em uma conversa particular, fora dos autos da comissão de inquérito para não incriminá-lo.

Será que é pedir demais, senador Taques?

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